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Adolescentes recrutados como armas: Uma teia clandestina que conecta o regime iraniano a gangues criminosas suecas vem sendo usada para recrutar jovens vulneráveis e transformá-los em armas vivas contra Israel.

por Alisson Ficher 06/05/2025
Adolescentes recrutados como armas: Uma teia clandestina que conecta o regime iraniano a gangues criminosas suecas vem sendo usada para recrutar jovens vulneráveis e transformá-los em armas vivas contra Israel.

Em meio a uma crescente crise de violência juvenil na Suécia, uma nova ameaça silenciosa está emergindo no continente europeu.

Jovens, alguns com apenas 13 anos, estão sendo recrutados por gangues criminosas ligadas ao regime iraniano para realizar ataques contra alvos israelenses.

Este fenômeno, que combina radicalização precoce e uso de redes criminosas como proxies, está transformando a Europa em um campo de batalha invisível, com repercussões internacionais significativas.

Com a propagação de gangues criminosas e a radicalização crescente entre os adolescentes, a situação se torna ainda mais complexa.

O envolvimento do Irã, uma potência do Oriente Médio, no recrutamento de jovens europeus tem trazido uma nova dinâmica de guerra por procuração, com consequências diretas para a segurança interna da Suécia e dos países vizinhos.

O recrutamento de menores: uma estratégia do regime iraniano

Segundo informações do site de noticias ”Gazeta do povo”, o regime iraniano tem utilizado gangues criminosas na Suécia para recrutar adolescentes e jovens adultos com o objetivo de realizar ataques contra alvos israelenses.

Plataformas de mensagens criptografadas, como Telegram e Signal, são usadas para estabelecer contato com os recrutados, oferecendo promessas de dinheiro, status e proteção.

Muitos desses jovens, provenientes de comunidades imigrantes, são atraídos pela perspectiva de uma vida melhor, sem compreender completamente as implicações de suas ações.

As gangues, como a Foxtrot e a Rumba, oferecem treinamento e recursos para que esses jovens executem ataques coordenados.

Esse recrutamento é facilitado pela falta de fiscalização e pela vulnerabilidade desses adolescentes, que muitas vezes veem essa ação como uma oportunidade para escapar das dificuldades socioeconômicas.

Ataques coordenados: alvos israelenses na mira

Entre 2023 e 2024, uma série de ataques e tentativas de atentado foram registrados na Suécia, todos com alvos relacionados a Israel.

Em maio de 2024, um adolescente de 15 anos foi detido a caminho da embaixada israelense em Estocolmo, portando uma arma de fogo.

No dia seguinte, outro jovem de 14 anos disparou uma pistola semiautomática nas proximidades da mesma missão diplomática.

Esses ataques não são apenas incidentes isolados, mas parte de uma estratégia mais ampla para desestabilizar o país e atingir interesses israelenses.

Em outubro de 2024, um menino de 13 anos atirou contra o escritório da empresa israelense Elbit Systems em Gotemburgo.

Embora ninguém tenha se ferido nesses incidentes, eles evidenciam a gravidade da situação e a crescente organização de células extremistas dentro do território europeu.

Em resposta a esses eventos, autoridades suecas aumentaram o monitoramento de gangues e das atividades de recrutamento, com ênfase na repressão a qualquer tentativa de radicalização.

As gangues Foxtrot e Rumba: peças-chave no esquema

De acordo com o Serviço de Inteligência de Israel (Mossad), as gangues Foxtrot e Rumba operam sob a influência direta do Ministério da Inteligência e Segurança do Irã (MOIS).

O líder da Foxtrot, identificado como Rawa Majid, nasceu no Irã e, segundo o Mossad, retornou ao país em 2023 para estabelecer uma linha de comunicação direta com o regime de Teerã.

Essas gangues estão envolvidas em atividades criminosas, como tráfico de drogas, homicídios e recrutamento de menores para realizar ataques em nome do regime iraniano.

Rawa Majid e seus associados não são apenas criminosos comuns, mas estão ativamente envolvidos em uma rede internacional de recrutas e operações clandestinas que afetam a segurança de várias nações.

O Mossad e as agências de segurança suecas intensificaram os esforços para localizar e desmantelar essas redes, identificando suas principais rotas de financiamento e recrutamento.

Reações internacionais e medidas de contenção

As ações do regime iraniano têm gerado preocupação entre os países europeus.

Em resposta, os governos da Suécia, Dinamarca e Noruega buscaram o apoio de empresas de tecnologia para combater o recrutamento extremista digital.

Representantes desses países se reuniram com executivos da Meta, Google, TikTok e Snapchat para discutir medidas de moderação de conteúdo e prevenção do recrutamento de jovens por grupos extremistas.

Além disso, as autoridades suecas têm intensificado os esforços para combater a violência juvenil e o crime organizado.

O Serviço de Segurança da Suécia (SÄPO) alertou que grupos ligados ao regime iraniano estão não apenas recrutando jovens suecos, mas também conduzindo campanhas digitais para desestabilizar a sociedade e disseminar desinformação.

Com isso, a situação se complica, pois os métodos usados pelo Irã não envolvem apenas atos violentos, mas também uma guerra digital e de desinformação que pode afetar as percepções públicas e as relações diplomáticas.

Uma ameaça crescente: o impacto nas comunidades judaicas europeias

A utilização de jovens recrutados por gangues criminosas ligadas ao regime iraniano representa uma nova forma de guerra por procuração na Europa.

Para as comunidades judaicas e diplomáticas no continente, essa ameaça se tornou doméstica e imprevisível.

A combinação de radicalização precoce, uso de redes criminosas como proxies e ataques coordenados está transformando a paisagem da segurança europeia, exigindo uma resposta coordenada e eficaz das autoridades e da sociedade civil.

Além disso, o impacto psicológico e social desse tipo de ataque é significativo, pois coloca em risco não apenas as vidas de cidadãos israelenses, mas também a confiança nas instituições e a coesão social.

A resposta internacional a esse tipo de atividade ainda está sendo formulada, com a comunidade global observando atentamente a evolução dos eventos.