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Venezuela ridiculariza tanques do Brasil e diz que os T-72 esmagariam os Leopard e Patton do Exército brasileiro

por Thaís Souza 11/04/2025
Venezuela ridiculariza tanques do Brasil e diz que os  T-72 esmagariam os Leopard e Patton do Exército brasileiro

O debate sobre a superioridade militar entre Brasil e Venezuela tem ganhado destaque, especialmente no que diz respeito ao poder dos blindados nas Forças Armadas de ambos os países. A tensão crescente na região e os investimentos em equipamentos pesados trouxeram à tona uma questão central: em caso de conflito na fronteira, qual Exército levaria vantagem com seus tanques de guerra?

Apesar da retórica inflamada de alguns setores venezuelanos — que afirmam que os Leopard e Patton brasileiros seriam facilmente esmagados pelos T-72 de Caracas —, uma análise detalhada revela um cenário mais complexo. Neste artigo, você vai entender como está a atual capacidade de combate terrestre blindado dessas duas potências sul-americanas.

A tensão militar entre Brasil e Venezuela na mira dos especialistas

A instabilidade política da Venezuela e o avanço militar do Brasil reacenderam a preocupação de especialistas com um eventual confronto entre os dois países. Com a fronteira amazônica como possível palco, a comparação de forças ganha ainda mais relevância. Nesse cenário, tanques e veículos blindados se tornam protagonistas de um possível embate.

A Venezuela conta com um dos maiores orçamentos militares da América Latina. Atualmente, é o sexto país que mais investe em defesa no mundo. Suas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas contam com um contingente ativo estimado entre 125 mil e 150 mil militares. A esse número somam-se 25 mil a 30 mil integrantes da Guarda Nacional e impressionantes 200 mil a 225 mil membros das milícias bolivarianas, ampliando consideravelmente o efetivo total disponível.

T-72, no arsenal da Venezuela: potência de origem soviética 

No arsenal venezuelano, o destaque fica por conta do tanque T-72B1, um modelo soviético que entrou em produção nos anos 1970. A Venezuela possui 192 unidades desse carro de combate, mas apenas 92 estão em plena operação. O T-72 foi criado para ser uma opção mais barata e robusta que o T-64, com foco em exportações — algo que se concretizou com sucesso: hoje, ele opera em mais de 40 países.

Além do T-72, a Venezuela dispõe de 81 blindados VN-16, veículos anfíbios projetados na China para ações rápidas de desembarque. Desenvolvidos pela empresa Norinco, esses veículos são ideais para terrenos alagadiços e operações litorâneas, ampliando a capacidade de manobra em ambientes complexos.

Contudo, o maior problema enfrentado pelas forças blindadas venezuelanas está na defasagem tecnológica. Grande parte dos T-72B1 não recebeu atualizações modernas, como blindagem reativa, sistemas eletrônicos avançados ou equipamentos de mira de última geração. Isso os torna vulneráveis em confrontos contra armamentos antitanque mais recentes.

Blindados do Brasil: variedade, modernização e doutrina de mobilidade

O Brasil, por outro lado, adota uma estratégia baseada em diversificação e modernização de seus veículos blindados. O Exército Brasileiro opera três modelos principais de tanques de guerra:

  • M60 Patton A3TTS: 31 unidades em serviço;

  • Leopard 1 A1BE: 41 unidades ativas;

  • Leopard 1 A5BR: 220 unidades com atualizações recentes.

A essas forças soma-se a recente aquisição de 96 unidades do Centauro II, um caça-tanques sobre rodas de origem italiana, que alia mobilidade a poder de fogo com seu canhão de 120 mm.

O M60 Patton, desenvolvido durante a Guerra Fria pelos EUA, ainda mostra utilidade tática em operações de baixa intensidade, especialmente após melhorias nos sistemas de mira e comando. Já os Leopard 1 A5BR são considerados uma das joias da cavalaria blindada brasileira, graças à modernização que incluiu novos sistemas de controle de tiro e blindagem reforçada, oferecendo uma resposta eficaz mesmo contra veículos mais pesados.

O Centauro II, por sua vez, é símbolo da doutrina de guerra de manobra brasileira: rápido, ágil e letal. Ideal para emboscadas, sua leveza o torna menos vulnerável em terrenos complexos, como a floresta amazônica, e perfeito para ataques relâmpago.

BRASIL X VENEZUELA: quem vence em um duelo de blindados?

Uma análise técnica dos blindados dos dois países revela diferenças significativas em três pilares: poder de fogo, tecnologia e mobilidade.

  • Poder de fogo: o Centauro II, com seu canhão de 120 mm, supera o T-72B1 em capacidade de perfuração.

  • Tecnologia de combate: o Leopard 1 A5BR possui sistemas de mira e controle modernos que garantem maior precisão e letalidade.

  • Mobilidade estratégica: enquanto o VN-16 venezuelano se destaca em operações anfíbias, o Brasil conta com veículos mais rápidos e uma doutrina que favorece ações de movimento e surpresa.

A doutrina brasileira prioriza a guerra de manobra, aproveitando a velocidade dos seus blindados para atacar e recuar com agilidade, reduzindo baixas e mantendo a iniciativa tática. Já a Venezuela apostaria em ataques frontais com seus T-72 e possíveis flanqueamentos com os VN-16 em terrenos alagados.

O cenário amazônico: vantagem brasileira na geografia e logística

Caso um confronto venha a ocorrer na região da fronteira norte, o ambiente amazônico jogaria a favor do Brasil. A densidade da floresta, o solo instável e a escassez de infraestrutura tornam a mobilidade um diferencial. Tanques pesados como o T-72B1 enfrentariam dificuldades severas, enquanto veículos mais leves e rápidos, como o Centauro II, teriam desempenho superior.

Além disso, a experiência do Exército Brasileiro em operações na selva e sua logística mais estruturada conferem ao país uma vantagem significativa. O domínio de estradas, trilhas e rios é essencial para manobras rápidas e para garantir o reabastecimento em áreas remotas — algo que o Brasil faz com eficiência há décadas.

Exército Brasileiro aposta em interoperabilidade e poder aéreo

Outro trunfo brasileiro é a integração entre as forças terrestres e a Força Aérea Brasileira. O treinamento conjunto garante apoio aéreo próximo e superioridade nos céus, fator decisivo em qualquer conflito moderno. Essa interoperabilidade entre blindados e aviação permite neutralizar ameaças antes mesmo do combate direto.

Enquanto a Venezuela confia no volume de tropas e milícias, o Brasil investe em eficiência operacional e em unidades de elite treinadas para agir com precisão, rapidez e inteligência tática.

Conclusão: qualidade vence quantidade no campo de batalha sul-americano

Mesmo com um número expressivo de combatentes e blindados, a Venezuela enfrenta limitações tecnológicas, logísticas e operacionais. Seus tanques, ainda potentes, são vulneráveis diante das capacidades modernas das Forças Armadas do Brasil.

O Exército Brasileiro, ao apostar na modernização de seus veículos blindados e no uso tático de novas tecnologias, garante uma vantagem qualitativa sólida. A superioridade aérea, a integração entre forças e a doutrina baseada em manobras rápidas colocam o Brasil em posição favorável diante de qualquer ameaça terrestre na região amazônica.

Para equilibrar esse cenário, a Venezuela teria que modernizar seu arsenal e profissionalizar ainda mais suas tropas. Enquanto isso, o Brasil segue consolidando sua posição como uma das maiores potências militares do continente sul-americano — especialmente quando o assunto são tanques, blindados e estratégia de combate terrestre.