USS Somerset: Máquina de guerra da Marinha dos EUA de 208 metros e 25 mil toneladas resgatará astronautas após missão lunar Artemis da NASA; saiba como a Marinha treina para garantir o resgate seguro da cápsula Orion

Quando a cápsula Orion da NASA mergulhar de volta à Terra em 2026, após uma histórica volta ao redor da Lua, quem estará à espera no Pacífico não será um simples navio, mas uma máquina de guerra de 25 mil toneladas: o USS Somerset. Este gigante anfíbio, batizado em homenagem aos heróis do voo United 93 do 11 de Setembro, é a arma secreta dos EUA para garantir que os quatro astronautas da missão Artemis II voltem vivos — mesmo que caiam no meio do oceano.
“Somerset está orgulhoso de ter a oportunidade de ajudar a continuar esse legado”, declarou o capitão Andrew “Andy” Koy, comandante do navio, conforme reportado pelo US Naval Institute.
O treinamento no mar “demonstrou que estamos prontos hoje”, afirmou Koy. “Apenas duas semanas atrás, estávamos treinando no mar com fuzileiros navais na praia. Esta semana, estamos trabalhando ao lado dos astronautas da NASA”.

O Navio que domina os mares (e o espaço)
O USS Somerset (LPD-25) não é qualquer navio. Com 208 metros de comprimento e capacidade para 700 fuzileiros navais, ele é uma fortaleza flutuante projetada para operações de combate. Mas sua missão mais audaciosa será em abril de 2026: resgatar a tripulação da Orion, incluindo dois oficiais da Marinha, após uma reentrada na atmosfera a 35 vezes a velocidade do som.
“Preciso de um hospital, preciso de helicópteros, preciso de um convés de poço e preciso do alcance global de um navio rápido. É isso. Este é o melhor navio que podemos fazer para atender às nossas necessidades”, disse Liliana Villarreal, diretora de pouso da NASA.
E ela tem razão: o Somerset possui um departamento médico completo com sala de cirurgia, UTI, laboratório e banco de sangue, além de capacidade para operar helicópteros CH-53E Super Stallion e convertiplanos MV-22 Osprey — tudo para tirar os astronautas da água em minutos.

Operação resgate: minutos decisivos no oceano
Quando a espaçonave Orion cair no Pacífico em abril de 2026, “entrará na atmosfera cerca de 35 vezes a velocidade do som”, segundo Stan Love, astronauta veterano da NASA.
“A primeira prioridade será fazer com que os astronautas voltem a ser vistos por médicos”, explicou a tenente-comandante Chloe Morgan, porta-voz do Grupo de Ataque Expedicionário 3. “A segunda prioridade é recuperar a cápsula”.
Os mergulhadores da Marinha serão os primeiros a se aproximar, inflando uma coleira estabilizadora ao redor do Orion e uma “varanda” flutuante para exames médicos rápidos.

Treinamento sob pressão
Na semana passada, a Marinha e a NASA simularam o resgate no mar com um módulo Orion idêntico ao real. Astronautas de reserva, como Andre Douglas, ficaram trancados na cápsula por 90 minutos em águas agitadas — trata-se do primeiro treinamento envolvendo quatro astronautas da NASA, alguns dos quais poderão integrar a tripulação do Artemis II. “Estávamos balançando, mas ninguém enjoou. Até dei uma soneca”, brincou Douglas, ex-Guarda Costeira.
O Treinamento de Recuperação em Andamento 12 incluiu mergulhadores da Marinha inflando jangadas ao redor da cápsula, helicópteros resgatando astronautas em 5 minutos e equipes médicas fazendo check-ups na “varanda” flutuante. “Não diremos ‘seguros na Terra’ até que estejam no navio”, alertou o astronauta Stan Love.
“Temos muito mais coisas para fazer. É meu trabalho garantir que minha equipe permaneça proficiente”, afirmou Villarreal ao US Naval Institute.
O treinamento incluiu o Esquadrão 23 de Combate Marítimo de Helicópteros da Marinha e várias outras unidades militares especializadas.
Um navio com história
O USS Somerset, batizado em homenagem ao condado onde caiu o voo United 93 durante os ataques de 11 de setembro, é um navio de assalto anfíbio da classe San Antonio, equipado com dois canhões MK 46 de 30mm e lançadores de mísseis RIM-116.
“As capacidades inerentes de nossos navios de transporte anfíbio são a combinação perfeita para garantir que a cápsula Artemis e a tripulação sejam recuperadas com segurança após sua missão”, destacou o capitão Koy.
Preparado para conflitos e desastres, este navio de guerra agora se adapta para receber heróis espaciais que completarão uma jornada de 600.000 milhas ao redor da Lua.
Por que o Somerset?
A resposta está em suas credenciais de guerra:
- Velocidade: 24 nós (44 km/h) para chegar ao local do pouso em 2 horas.
- Convés de Poço: Inundável para lançar botes e reboques.
- Hospital de Campanha: Com UTIs e banco de sangue para emergências.
- Armamento: Mísseis RAM e canhões de 30 mm contra ameaças.
“É a combinação perfeita para recuperar a Orion com segurança”, disse o capitão Andy Koy, comandante do Somerset.
O dia D do resgate
Quando a Orion cair no Pacífico, o Comando Espacial dos EUA rastreará sua trajetória. O Somerset se posicionará para o ataque final:
- Mergulhadores da Marinha estabilizarão a cápsula com coleiras infláveis.
- Médicos farão triagem dos astronautas na jangada.
- Helicópteros içarão a tripulação em minutos.
- Reboques trarão a Orion para o convés.
“Se algo der errado, temos forças prontas para saltar de paraquedas no oceano”, disse o tenente-coronel David Mahan, da Força Aérea.
Legado de sangue e aço
O Somerset carrega aço do voo United 93 em sua estrutura — uma simbologia poderosa para uma missão que, como em 2001, exige coragem. “Nunca sonhei em trabalhar com a NASA”, confessou o mergulhador Reuben Hickox. Agora, ele será um dos primeiros a tocar na Orion.
Enquanto isso, a NASA avisa: “Não há como atrasar a missão. Precisamos do Somerset”. E o monstro dos mares estará pronto.