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Pentágono quer soldados mais fortes: Creatina nas rações militares

por Murilo Camano 25/04/2025
Pentágono quer soldados mais fortes: Creatina nas rações militares

O Congresso dos Estados Unidos está considerando uma proposta inovadora: adicionar creatina às tradicionais rações militares, conhecidas como MREs (Meals, Ready-to-Eat, ração militar em livre tradução para o português).

Essa iniciativa faz parte do projeto de lei de autorização de defesa nacional para 2025 e visa aprimorar o desempenho físico dos soldados em campo de batalha!

A creatina é amplamente reconhecida por seus benefícios no aumento da força muscular, melhoria da performance em exercícios de alta intensidade e recuperação pós-treino.

Sua inclusão nas rações representa um avanço significativo na preparação física das tropas.

Por que a creatina é importante para os militares?

Segundo o relatório do comitê das Forças Armadas da Câmara dos EUA, “um amplo corpo de pesquisas clínicas demonstrou que a creatina pode melhorar o crescimento muscular, o desempenho físico, o treinamento de força, a recuperação pós-exercício e a prevenção de lesões”

A creatina é um dos ingredientes mais extensivamente estudados para aumentar com segurança a força e o tempo de recuperação. 

Do ponto de vista nutricional, incluir o suplemento na ração militar norte-americana, confere ainda mais força aos militares o faz com que os objetivos das missões sejam alcançados mais facilmente.

O que é a creatina?

A creatina é um composto naturalmente encontrado nos músculos e no cérebro, assim, desempenha um papel crucial na produção de energia.

Atletas e fisiculturistas frequentemente utilizam suplementos de creatina para melhorar a força e o desempenho. A creatina é especialmente útil para atividades de curta duração e alta intensidade, como sprints ou levantamento de peso.

Iniciativas anteriores do Pentágono em nutrição

O Departamento de Defesa dos EUA já implementou outras medidas para otimizar a nutrição dos militares. Um exemplo é a introdução das “Performance Readiness Bars”, barras fortificadas com cálcio e vitamina D, distribuídas em algumas unidades militares para complementar as rações. 

Embora o sabor dessas barras não seja unanimemente apreciado, elas têm contribuído para atender às necessidades nutricionais específicas dos militares.

Especialmente no que diz respeito à manutenção da força muscular e óssea em ambientes de alto estresse.

Benefícios e considerações sobre o uso da creatina

O site de recursos sobre suplementos dietéticos do Departamento de Defesa dos EUA destaca os benefícios potenciais da creatina, incluindo efeitos positivos na força, potência, desempenho em sprints e massa muscular em atletas que praticam treinamento de resistência.

No entanto, é importante considerar que o uso de creatina pode levar ao ganho de peso indesejado, o que pode ser desfavorável para militares envolvidos em treinamentos de resistência ou operando em ambientes onde a manutenção de uma composição corporal enxuta é crucial.

O que esperar a seguir?

A proposta de inclusão da creatina nas MREs ainda precisa ser aprovada pelo Senado dos EUA.

Levando em conta a preocupação de Donald Trump em anexar novos territórios, as chances da creatina ser adicionada às rações militares são grandes!

Logo, se aprovada, essa mudança refletirá uma abordagem mais moderna da nutrição militar, reconhecendo a importância de suplementos como a creatina na preparação física dos soldados.

Essa iniciativa destaca o compromisso do Departamento de Defesa em garantir que os militares estejam fisicamente preparados para enfrentar os desafios do combate moderno.

E o Exército Brasileiro? Ficamos para trás?

Enquanto os Estados Unidos discutem incluir creatina nas rações militares como estratégia para melhorar força e desempenho, o Exército Brasileiro ainda mantém uma abordagem mais tradicional quanto à nutrição de suas tropas.

No Brasil, as rações operacionais tipo R2 são planejadas para fornecer energia e nutrientes necessários para missões em campo, mas raramente incluem suplementos nutricionais como a creatina.

Além disso, o investimento em nutrição esportiva nas Forças Armadas brasileiras é limitado e muitas vezes dependente de programas específicos ou da iniciativa de profissionais de saúde dentro das unidades militares.

Ou seja: enquanto o Pentágono estuda o uso de creatina para preparar soldados como atletas, o Brasil ainda caminha lentamente na adoção de estratégias nutricionais modernas para maximizar a performance de suas tropas.