O poder militar nacional oculto: Forças Armadas do Brasil rejeitam armas nacionais modernas e letais enquanto compram do exterior

O Brasil, um dos países com maior potencial industrial da América Latina, acumula ao longo das últimas décadas uma série de projetos militares de alta tecnologia que, surpreendentemente, não foram adotados pelas próprias Forças Armadas nacionais.
Em um momento em que a segurança e a soberania ganham cada vez mais espaço nas discussões geopolíticas globais, fica o questionamento: por que equipamentos tão modernos e letais, criados em território brasileiro, são ignorados por quem deveria utilizá-los?
Decisões estratégicas levantam suspeitas
Um vídeo recente do canal Arte da Guerra, intitulado “As mais MODERNAS e LETAIS ARMAS BRASILEIRAS não adquiridas pelo Exército, FAB e Marinha”, revela detalhes alarmantes sobre essa realidade.
A produção apresenta dez projetos militares desenvolvidos no Brasil que, apesar do alto nível de inovação, não foram incorporados pelas forças armadas brasileiras.
O vídeo também lança luz sobre um possível conflito de interesses que paira sobre o setor: oficiais de alta patente da reserva atuando como representantes de empresas estrangeiras de armamentos.
Essa prática, de acordo com o canal, pode influenciar negativamente as decisões de aquisição de equipamentos, priorizando contratos internacionais em detrimento da indústria nacional.
O míssil A-Darter: potência ignorada
Entre os projetos analisados, destaca-se o míssil ar-ar A-Darter, uma arma de quinta geração desenvolvida em parceria entre o Brasil e a África do Sul.
O A-Darter foi projetado para ser utilizado por caças modernos como o JAS-39 Gripen, A-1M, F-5BR e o A-4BR, cobrindo assim as necessidades tanto da Força Aérea quanto da Marinha.
Apesar de todo o seu potencial e dos anos de desenvolvimento, o míssil ainda não foi amplamente adotado pelas forças brasileiras.
Astros II: sucesso internacional, negligência nacional
Outro projeto emblemático é o sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros II, da empresa Avibras.
Capaz de lançar munições de diversos calibres com alcance de até 300 km, o Astros II já provou sua eficácia e foi exportado para vários países.
No entanto, as Forças Armadas brasileiras continuam hesitantes em expandir sua adoção, mesmo com sua utilidade em cenários de conflito de média e longa distância.
Essa postura levanta dúvidas sobre o critério de priorização de investimentos dentro da Defesa nacional.
A bomba Trocano: força bruta que nunca decolou
O vídeo também expõe o caso da bomba Trocano, considerada uma das armas mais destrutivas já projetadas no Brasil.
Composta por 9.000 kg de tritonal, essa bomba possui um raio de destruição de aproximadamente 1 km, sendo ideal para operações contra alvos de alta importância estratégica.
Apesar de sua potência e dos resultados satisfatórios nos testes, a Força Aérea Brasileira encerrou o projeto em 2011, sem apresentar justificativas públicas.
Falta de apoio à indústria bélica nacional
O documentário aborda ainda outros projetos inovadores desenvolvidos por engenheiros e especialistas brasileiros, mas que foram abandonados por falta de apoio institucional.
Dentre eles, destacam-se sistemas de mísseis, blindados e aeronaves não tripuladas que poderiam aumentar significativamente a autonomia da Defesa nacional.
A ausência de políticas de incentivo e a preferência por produtos importados freiam o avanço da indústria bélica brasileira.
Esse cenário pode comprometer não apenas o progresso tecnológico, mas também a capacidade do Brasil de reagir a ameaças reais ou de exercer soberania em seu território.
Um apelo por soberania e reconhecimento
Especialistas alertam que investir na indústria nacional de defesa é uma questão de segurança estratégica.
Ao não aproveitar suas próprias inovações, o Brasil perde protagonismo no cenário internacional e se torna dependente de fornecedores externos, o que pode ser perigoso em momentos de instabilidade geopolítica.
Enquanto países como Estados Unidos, China, Rússia e Índia incentivam ativamente seus setores de defesa, o Brasil ainda enfrenta entraves burocráticos, políticos e até ideológicos para avançar nesse setor vital.
Reflexão e futuro
A história até aqui levanta uma dúvida: até quando o Brasil continuará ignorando seu próprio potencial militar?
Com tecnologias já desenvolvidas e prontas para uso, a falta de adoção por parte das Forças Armadas representa um desperdício de recursos, tempo e inteligência técnica.
Se o país deseja ser respeitado no cenário internacional, é fundamental valorizar o que é produzido aqui dentro e garantir que o investimento em Defesa seja estratégico e soberano.
A indústria nacional de armamentos não pode continuar sendo vista como plano B, mas sim como protagonista na proteção e na autonomia do Brasil.