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Novo radar chinês muda o rumo de todas as marinhas do mundo ao tornar o sistema de propulsão silenciosa dos submarinos nucleares totalmente obsoleto

por Noel Budeguer 01/04/2025
Novo radar chinês muda o rumo de todas as marinhas do mundo ao tornar o sistema de propulsão silenciosa dos submarinos nucleares totalmente obsoleto

Desde que existem batalhas, os exércitos estão conscientes de que uma das habilidades que mais podem lhes trazer benefícios é a de burlar o controle inimigo. Nessa disputa, a Marinha dos EUA conseguiu obter uma valiosa superioridade naval submarina graças a submarinos como os da classe Virginia ou Ohio, modernos veículos de propulsão nuclear que se destacam pela navegação silenciosa, pero isso acaba de mudar graças a uma nova tecnologia da China.

China mostra força militar com novas tecnologias da marinha

China mostra força militar. E embora tenha feito isso em um nível teórico e em um ambiente quase acadêmico, sua mensagem foi suficientemente clara para que alguns já vejam uma ameaça à fortaleza submarina que os EUA desfrutam nos oceanos. Em um estudo científico, pesquisadores afirmam ter encontrado uma maneira de detectar rastros de submarinos. Sim, mesmo dos modelos mais avançados. E sim, mesmo quando eles navegam a longas distâncias.

Origem do estudo revolucionário

Mas… De onde vem o estudo? De uma das revistas revisadas por pares mais respeitadas da China, a Chinese Journal of Ship Research, publicação que tem por trás uma instituição com uma longa trajetória no campo da engenharia naval. O artigo foi publicado no ano passado e se baseia no trabalho do Instituto Fujian de Pesquisa sobre Estrutura da Matéria, ligado à Academia Chinesa de Ciências (CAS). À frente dos pesquisadores está Zou Shengnan. Marinha 

A Classe Virginia é uma classe de submarinos de ataque nuclear da Marinha dos Estados Unidos. Eles foram projetados para missões de longa duração em alto mar ou no litoral

Detecção de submarinos com detector magnético ultrasensível

E o que ele diz? Que com a ajuda de um detector magnético ultrasensível é possível localizar submarinos. Mesmo a longas distâncias e mesmo os modelos mais avançados. Para chegar a essa conclusão, Shengnan e seus colegas usaram modelos computacionais que lhes permitiram descobrir se poderiam localizar as bolhas geradas por um submarino de propulsão nuclear —como os das classes Ohio e Virginia, orgulho dos EUA— à medida que avançam em alta velocidade. O resultado é promissor, pelo menos para os interesses do gigante asiático.

“Oferece uma nova solução para a detecção e rastreamento de submarinos”, expõem os pesquisadores chineses em seu artigo, destacando que o sinal de frequência extremamente baixa das bolhas de um submarino pode ser mais forte do que a sensibilidade dos detectores avançados de anomalias magnéticas. Marinha 

Importância e desafios da nova tecnologia da Marinha da China

Por que é importante? Tanto pelo seu potencial quanto pela “pista” de que se aproveita: as bolhas são geradas à medida que o submarino avança em velocidade de cruzeiro e a água flui pelo casco. Para tirar proveito de sua proposta, os pesquisadores ainda têm trabalho pela frente.

O que os pesquisadores chineses fazem é aproveitar o efeito magnetohidrodinâmico (MHD), as emissões das bolhas de cavitação e sinais de frequência muito baixa que podem se deslocar a grandes distâncias. Suas conclusões também têm outro uso: “Fornece uma referência para a seleção de frequências de comunicação eletromagnética para submarinos de alta velocidade”.

https://www.youtube.com/watch?v=EEuh3-HuYVUrinha 

Desafios e limitações da nova tecnologia de detecção

É uma tecnologia perfeita? É uma tecnologia fruto da necessidade e que enfrenta seus próprios desafios. No campo militar, tanto os métodos de detecção quanto as contramedidas avançam, buscando precisamente burlar seu alcance graças a táticas como o uso de materiais de baixo magnetismo ou o design.

Os especialistas buscam novas fontes de sinais, mas, como relata o South China Morning Post, esse esforço enfrenta seus próprios desafios: o desaparecimento do sinal quando os submarinos reduzem sua velocidade ou param, interferências, o ruído eletromagnético natural, os sinais gerados pelo homem ou as turbulências no fluxo de água, o que pode distorcer as bolhas e os sinais. Marinha