Japão apresenta super canhão eletromagnético em segredo e remaneja frota de aeronaves V-22 Osprey

O Japão não está para brincadeira quando o assunto é a crescente tensão no Mar da China Oriental. Enquanto o mundo discute mísseis e drones, o país oriental surge com uma carta na manga tecnológica que pode mudar o jogo: um canhão eletromagnético supersônico! A prova disso? Testes avançados com um canhão eletromagnético de última geração, flagrado a bordo do navio de testes JS Asuka (ASE-6102).
A informação, que ecoou no U.S. Naval Institute, revela um investimento pesado em tecnologia para “melhorar a capacidade de interceptação contra diversas ameaças aéreas”. E não para por aí, a movimentação estratégica dos seus V-22 Osprey acende um alerta geopolítico na Ásia.
Canhão de “Guerra nas Estrelas” em ação
As imagens do poderoso armamento atracado na Base Naval de Yokosuka no dia 9 de abril correram o mundo. No dia seguinte, o JS Asuka zarpou para realizar os testes no mar, sob os olhares atentos do Comandante da Frota de Autodefesa, Vice-Almirante Katsushi Omachi.

Segundo comunicado oficial, a movimentação faz parte da preparação para “combates futuros”, com a Força de Autodefesa Marítima do Japão (JMSDF) trabalhando em estreita colaboração com a Agência de Aquisição, Tecnologia e Logística (ATLA).
Dólares em defesa
O orçamento de defesa japonês para o ano fiscal de 2024 destinou nada menos que US$ 167,1 milhões para o desenvolvimento desse canhão futurista. A ATLA já havia anunciado, em outubro de 2023, o primeiro teste de disparo a bordo de um navio. O objetivo é claro: disparar projéteis em altíssima velocidade.
Osprey mudam de ninho em movimento estratégico
Outra jogada importante no tabuleiro geopolítico japonês é a mudança de base dos helicópteros V-22 Osprey da Força Terrestre de Autodefesa (JGSDF). A partir de 9 de julho, as aeronaves deixarão o Campo Kisarazu, próximo a Tóquio, para uma nova casa no Campo Saga, em Kyushu.
Sintonia fina com a ARDB
A decisão, anunciada pelo Ministro da Defesa, Gen Nakatani, visa otimizar a atuação dos Ospreys em conjunto com a Brigada de Implantação Rápida Anfíbia (ARDB), baseada em Sasebo, Nagasaki. “Atualmente, estamos trabalhando na preparação das instalações necessárias para a realocação dos Ospreys […] e a construção está progredindo suavemente para ser concluída no final de junho deste ano”, garantiu Nakatani.
A mudança será gradual, com os Ospreys voando para Saga “um por um”, e a conclusão da realocação prevista para meados de agosto.
Okinawa em alerta
A presença dos Ospreys no Japão sempre gerou controvérsia. O governador de Okinawa, Denny Tamaki, por exemplo, já manifestou diversas vezes sua preocupação com as operações das aeronaves americanas na região. Um acidente em novembro de 2023, com um CV-22B da Força Aérea na Ilha de Yakushima, acirrou ainda mais os ânimos.
Disputa territorial acelera mudanças
A proximidade da nova base em Saga com as ilhas do sudoeste japonês, incluindo as disputadas Ilhas Senkaku (reivindicadas pela China), não é coincidência. A crescente atividade militar chinesa na região e a tensão em torno de Taiwan exigem uma resposta rápida do Japão em caso de crise. A implantação dos Ospreys ao lado da ARDB é um movimento estratégico claro nesse sentido.
Manutenção preservada
Apesar da mudança de base dos Ospreys da JGSDF, a unidade conjunta de manutenção EUA-Japão para essas aeronaves e para os MV-22B do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA permanecerá em Kisarazu. “Não há planos de realocar a unidade ou estabelecer unidades adicionais de manutenção do Osprey”, assegurou Nakatani.