HK G11: o fuzil futurista alemão que poderia ter mudado a história militar

O HK G11 foi uma das armas mais revolucionárias já desenvolvidas pela Alemanha. Criado pela Heckler & Koch, o fuzil de assalto era equipado com munição sem estojo, tecnologia ainda rara nos dias atuais.
Origem do HK G11: precisão máxima e conceito inédito
O projeto começou em 1968. A Bundeswehr, Força Armada Alemã, queria um fuzil com alta precisão e alcance mínimo de 300 metros. A HK G11 foi projetada com um conceito radical: munição 4,73x33mm telescópica sem estojo.
O cartucho era um bloco de propelente moldado com o projétil inserido, eliminando a necessidade de extração de cápsula após o disparo. O resultado foi uma arma compacta, leve e com cadência de até 2100 tiros por minuto em rajadas de três disparos.
Estrutura e funcionamento do HK G11

O HK G11 utilizava um sistema de culatra rotativa vertical, movida por gases e engrenagens internas. O carregador ficava posicionado na parte superior, com capacidade para até 50 cartuchos.
Três modos de disparo estavam disponíveis: semiautomático, automático e rajada de três tiros. No modo rajada, os três projéteis eram disparados antes do primeiro recuo, garantindo extrema precisão.
Testes e quase adoção pela Alemanha
Em 1989, a Bundeswehr finalizou testes com o HK G11 K1 e começou a preparação para adoção oficial. A versão final, HK G11 K2, era mais ergonômica e com mira telescópica ZO 1, sem ampliação ou com zoom fixo de 3,5x.
O objetivo era substituir o fuzil G3 com 300 mil unidades do HK G11 até 2002. O custo estimado do programa era de 2,7 bilhões de marcos alemães.
O balde de água fria: OTAN e reunificação
Dois fatores cruciais impediram o avanço do HK G11. O primeiro foi a padronização da OTAN para munição 5,56x45mm, o que inviabilizava o uso do cartucho exclusivo do G11. O segundo foi a reunificação da Alemanha, que exigiu altos investimentos na região oriental.
A falta de adoção por outros países também contribuiu. Mesmo participando do programa ACR dos EUA, nenhuma arma foi selecionada. O projeto foi oficialmente cancelado em janeiro de 1992 e arquivado definitivamente em 1993.
Por que a munição sem estojo falhou?
Apesar das vantagens técnicas, a munição do HK G11 tinha dois problemas. O propelente era frágil, podendo se quebrar ao cair. Além disso, o calor gerado por disparos seguidos causava cook-off, com detonações acidentais por superaquecimento da culatra.
Mesmo com toda a tecnologia, o HK G11 ficou restrito a protótipos e hoje é lembrado como uma das armas mais avançadas que jamais entraram em serviço.