França em estado de alerta: “preparem-se para a guerra!” governo distribuirá manual de sobrevivência para todas as famílias com instruções de como agir em guerras, ataques nucleares, ciberataques e desastres de grandes proporções

Em uma medida inédita que reflete a crescente tensão internacional, o governo da França anunciou que enviará um manual de sobrevivência para todos os lares do país. O documento, com cerca de 20 páginas, trará orientações práticas sobre como agir em situações de crise, incluindo guerras, desastres naturais, ataques cibernéticos e emergências sanitárias. A iniciativa visa preparar a população francesa diante de um cenário global cada vez mais instável e repleto de ameaças.

Segundo informações divulgadas pela imprensa francesa, o manual é dividido em três partes principais. A primeira delas orienta sobre a preparação individual e familiar, ensinando a montar um kit de sobrevivência básico. Entre os itens recomendados estão 6 litros de água por pessoa, 10 latas de alimentos, pilhas, lanterna, medicamentos essenciais como paracetamol, além de roupas quentes, rádio, power banks, dinheiro em espécie e cópias de documentos importantes.

A segunda parte do documento trata dos protocolos a serem seguidos em caso de emergência, como desastres nucleares. As instruções incluem o isolamento de portas e janelas para evitar a contaminação radioativa e trazem uma lista de números de emergência, além de procedimentos adequados para diferentes tipos de crise. A terceira parte incentiva a participação ativa dos cidadãos na defesa nacional, por meio do alistamento em unidades de reserva militar, participação em brigadas de incêndio voluntárias ou outras frentes de defesa civil.

Manual detalha como agir em caso de guerra, desastre natural, crise sanitária ou ataque nuclear

A iniciativa acontece em meio a declarações recentes do presidente francês, Emmanuel Macron, que alertou sobre a crescente ameaça da Rússia à Europa. Para Macron, o continente precisa estar preparado para garantir sua própria defesa, uma vez que os Estados Unidos, segundo ele, não são mais considerados parceiros plenamente confiáveis após mudanças de postura observadas durante a gestão de Donald Trump.

O manual francês, portanto, é mais do que um simples guia de emergência: representa uma mudança estratégica de mentalidade na segurança do país e da Europa como um todo. Outros países do continente seguem o mesmo caminho. A Alemanha, por exemplo, implementou recentemente exercícios militares e civis para testar a capacidade de resposta da população em casos de guerra. O país também desenvolveu um aplicativo que indica os abrigos mais próximos em caso de ataques e criou um plano de proteção de infraestruturas críticas.

Na Suécia, o governo relançou uma brochura chamada “Se a crise ou a guerra chegar”, inspirada nos tempos da Guerra Fria. O guia sueco, com 31 páginas, traz instruções semelhantes ao francês e reforça a mensagem de que cada cidadão deve participar ativamente da defesa do país. A iniciativa veio logo após a entrada formal da Suécia na OTAN, marcando uma mudança importante na política de segurança sueca.

Alemanha e Suécia adotam medidas semelhantes para preparar a população civil para cenários de conflito armado

Com essas ações, a Europa demonstra que está se organizando para enfrentar um novo paradigma de segurança, em que conflitos interestatais entre grandes potências voltam a fazer parte do horizonte. A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de três anos, serviu como alerta de que o combate convencional com milhões de soldados não ficou no passado. Esse novo contexto exige que os países se adaptem e voltem a investir na preparação civil como pilar da segurança nacional.

A informação foi divulgada por “Hoje no Mundo Militar”, canal especializado em notícias e análises sobre defesa, segurança e geopolítica internacional. O conteúdo destaca que, apesar de críticas ao desempenho militar francês no início da Segunda Guerra Mundial, o país tem um histórico sólido de resistência civil armada, com mais de um milhão de cidadãos participando da luta contra a ocupação nazista entre 1940 e 1944.

A decisão do governo francês de enviar um guia oficial a cada residência mostra que a preparação da população civil é agora vista como uma peça-chave para garantir não apenas a segurança nacional, mas também a estabilidade social em tempos de crise. Com isso, reforça-se a ideia de que, em um mundo instável e com novas ameaças surgindo a todo momento, cada cidadão precisa estar pronto para agir.