EUA querem comprar navios de guerra da Coreia e Japão para enfrentar avanço da China

Estados Unidos produzem menos de 1% dos navios comerciais do mundo, enquanto a China responde por quase metade. Para conter o avanço de Pequim, Trump quer importar navios de aliados estratégicos.
A supremacia naval dos EUA está sob pressão. A China já opera 426 navios de guerra, contra 295 da Marinha norte-americana. E mais: os estaleiros chineses receberam 1.700 pedidos de navios em um único ano. Os americanos? Apenas cinco.
Trump quer acelerar reequilíbrio com navios comprados no exterior
Diante do desequilíbrio, Donald Trump propôs uma solução inédita: autorizar a compra de navios militares e logísticos de países aliados, como Japão e Coreia do Sul. A medida inclui embarcações similares aos destroyers da classe Arleigh Burke, produzidos por sul-coreanos com alta capacidade industrial.
A sul-coreana Hanwha Ocean já comprou um estaleiro da Marinha dos EUA na Filadélfia e firmou seu primeiro contrato. A Hyundai Heavy Industries, por sua vez, tem capacidade para fabricar cinco navios de guerra por ano, com possibilidade de transferência de tecnologia.
China domina na quantidade, EUA ainda lideram em tonelagem e tecnologia
Embora a Marinha dos EUA opere porta-aviões nucleares de maior tonelagem, com 11 embarcações deslocando mais de 4 milhões de toneladas, a China avança rápido na quantidade e consegue manter presença simultânea em múltiplos pontos estratégicos.
Além da compra de navios prontos, Trump quer implementar um plano nacional de ação marítima (MAP) com medidas como:
- Aplicação do Defense Production Act para apoiar estaleiros;
- Incentivos fiscais e regulatórios para zonas industriais navais;
- Bolsas para formação de engenheiros e marinheiros;
- Estímulo a investimentos de empresas internacionais em solo americano.
Também estão previstas reformas nas regras de aquisição do governo, com foco em designs modulares para acelerar a construção e reduzir custos.
Resistência no Congresso e dúvidas estratégicas no radar
Apesar da proposta ambiciosa, a ideia enfrenta resistência no Congresso, especialmente entre defensores do protecionismo industrial. Há quem veja riscos em depender de produção estrangeira para renovar a frota.
Ainda assim, analistas destacam que a medida pode ser crucial para que os EUA mantenham sua influência nos mares diante da rápida ascensão naval da China.