Espanha e Portugal registram grande apagão de energia elétrica e entram em estado de emergência

Sete horas após o apagão de energia, a operadora de rede elétrica da Espanha informava que apenas 45% das subestações haviam sido recuperadas. A falha de fornecimento gerou efeitos cascata em diversos serviços, interrompendo operações de transporte, telecomunicações e pagamentos eletrônicos em toda a península ibérica. A magnitude da pane levou o governo espanhol a declarar estado de emergência nacional e criou um cenário de incerteza, enquanto autoridades investigam a origem do evento.
A queda de energia elétrica começou por volta das 12h, no horário local, e rapidamente se espalhou, atingindo cidades como Madri, Barcelona, Lisboa e Porto. O episódio gerou engarrafamentos em grandes centros urbanos, devido à falha nos semáforos, e paralisou trens, metrôs e aeroportos. De acordo com o governo, ainda não há uma conclusão oficial sobre a causa do apagão de energia elétrica, mas variações extremas de temperatura na Espanha são apontadas como possíveis responsáveis.
O impacto inicial do apagão em Espanha e Portugal
A primeira manifestação concreta do apagão de energia elétrica em Espanha e Portugal foi a interrupção de serviços ferroviários. A empresa estatal espanhola Renfe suspendeu todos os trens, enquanto o metrô de Madri paralisou suas operações. Em Portugal, o cenário foi semelhante: o metrô de Lisboa e do Porto interrompeu os serviços, deixando milhares de passageiros sem alternativas de deslocamento no início da tarde.
Os efeitos não se limitaram ao transporte terrestre. Aeroportos como o Barajas, em Madri, e o El Prat, em Barcelona, enfrentaram atrasos significativos nos voos, apesar do acionamento de geradores de emergência. Em Lisboa, controladores de tráfego aéreo reportaram restrições e atrasos consideráveis. As telecomunicações também foram severamente afetadas, com interrupções em chamadas telefônicas e lentidão nos serviços de mensagens como o WhatsApp.
Aeroportos, trens e telecomunicações: o apagão de energia elétrica derruba serviços essenciais
O caos urbano se agravou com o colapso dos semáforos nas principais cidades, gerando congestionamentos e aumentando os riscos de acidentes. Madri registrou tráfego quase paralisado em seu centro histórico, enquanto Lisboa e Porto enfrentaram dificuldades semelhantes. Em ambos os países, caixas eletrônicos ficaram indisponíveis e sistemas de pagamento em cartões foram desativados temporariamente, complicando ainda mais a vida dos cidadãos.
Além disso, eventos culturais e esportivos foram impactados. O Madri Open de tênis, que ocorria na capital espanhola, precisou ser interrompido por falta de luz. As consequências da queda de energia não se limitaram à mobilidade urbana: afetaram a economia, a segurança pública e até a vida cotidiana das populações afetadas, que enfrentaram dificuldades para se comunicar e realizar tarefas básicas durante o apagão de energia elétrica.
Operação de emergência e recuperação do fornecimento
Frente à gravidade da situação, a operadora Red Eléctrica de España (REE) ativou seus planos de emergência, trabalhando em conjunto com outras empresas do setor para restabelecer o fornecimento. Às 14h21, a REE informou que cerca de 45% das subestações da rede de transmissão haviam sido energizadas novamente, com restabelecimento parcial em regiões como Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia.
Em Portugal, a operadora de rede apontou que oscilações anormais nas linhas de alta tensão, exacerbadas pelas variações extremas de temperatura no interior da Espanha, provocaram falhas de sincronização entre os sistemas. Embora ainda em análise, essa explicação é a mais aceita até o momento. Os reatores nucleares espanhóis, segundo o Conselho de Segurança Nuclear, permaneceram em condições seguras, com ativação automática dos geradores de emergência.
Investigações sobre a causa do apagão de energia elétrica
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visitou o centro de operações da REE e afirmou que todos os esforços estão voltados para determinar a origem do apagão de energia elétrica. Ele garantiu que nenhuma hipótese será descartada, mas sinalizou que, até o momento, não existem indícios de um ataque cibernético, hipótese também afastada pelo primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Em coletiva de imprensa, o ministro do Interior da Espanha declarou emergência nacional e destacou que o comitê de crise criado pelo governo já está atuando para apurar responsabilidades. A principal suspeita continua sendo uma falha técnica amplificada por condições climáticas extremas, mas o governo espanhol ressaltou que uma investigação completa poderá levar dias para ser concluída.
Repercussão internacional e apoio da Ucrânia
Enquanto Espanha e Portugal lidam com as consequências do apagão de energia elétrica, a repercussão internacional começou a se intensificar. A França relatou uma breve interrupção no fornecimento, mas informou que conseguiu restabelecer sua rede rapidamente. Outros países europeus, no entanto, não reportaram grandes impactos.
Em um gesto simbólico de solidariedade, o ministro da Energia da Ucrânia, German Galuschenko, publicou em suas redes sociais que o país está pronto para ajudar a Espanha e Portugal, compartilhando conhecimento técnico e experiência adquirida na proteção de sua infraestrutura energética contra ataques russos. Esse apoio destaca a importância crescente da cooperação internacional em tempos de crise energética.