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Conheça a “Muralha Nórdica”: a cooperação militar entre Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca contra a Rússia

por Bruno Teles 23/04/2025
Conheça a “Muralha Nórdica”: a cooperação militar entre Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca contra a Rússia

Os países nórdicos estão redefinindo a segurança militar na Europa. Com a entrada na OTAN e investimentos bilionários, a “Muralha Nórdica” surge como resposta à tensão com a Rússia. Descubra como a cooperação militar transformou a região em um bastião de defesa.

A Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca criaram uma arquitetura militar integrada para reduzir dependência dos EUA. Em 2023, lançaram o Comando Aéreo Nórdico Conjunto e a iniciativa NordfC, alinhando estratégias de defesa até 2030. A meta é neutralizar ameaças russas com tecnologia, tropas especializadas e logística unificada.

Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca na OTAN

– Suécia: Polo tecnológico com caças Gripen, submarinos stealth e blindados CV90. Serviço militar obrigatório e seletivo para ambos os gêneros.
– Noruega: Domínio em operações navais no Ártico e doação de US$ 8 bilhões à Ucrânia até 2025.
– Finlândia: Exército de 300 mil soldados (1 milhão de reservistas) e abrigos subterrâneos para 100% da população.
– Dinamarca: Forças especiais veteranas e modelo de apoio à indústria bélica ucraniana.

Investimento militar

A Dinamarca anunciou aumento de 70% nos gastos militares em 2 anos, focando na proteção da Groenlândia. Já a Noruega, dona de um fundo soberano de US$ 1,6 trilhão, dobrou ajuda militar à Ucrânia. A Suécia, por sua vez, integrou caças Gripen em missões da OTAN contra aeronaves russas.

Apesar de rivais no passado (como a União de Calmar, dissolvida em 1523), os nórdicos hoje se unem contra a Rússia. A Dinamarca alerta para risco de guerra em 3 a 5 anos, enquanto a Finlândia, com fronteira de 13 mil km com a Rússia, avalia revogar a proibição de minas antipessoais.

O modelo nórdico como referência para outras regiões

A aliança militar nórdica inspira áreas como o Mar Negro e o Báltico. Com economia equivalente à do México e capacidade industrial integrada, a região mostra que é possível criar uma defesa autônoma. Enquanto a Dinamarca cogita abrigar armas nucleares, a Suécia recusa milhares de voluntários por ano, mantendo um exército de elite.

A Muralha Nórdica simboliza uma virada histórica: de nações neutras a potências militares unidas. Com tecnologia, investimentos e estratégia, os países nórdicos provam que a preparação militar é a chave para enfrentar as ameaças do século XXI.