Câmeras e porteiros eletrônicos são mesmo eficazes para diminuir a incidência de crimes? Veja as evidências que mostram queda de assaltos com segurança eletrônica

A busca por segurança patrimonial eficaz tem levado cada vez mais brasileiros a investirem em tecnologias como câmeras de videomonitoramento e porteiros eletrônicos. Mas será que esses equipamentos realmente reduzem o número de assaltos? A resposta mais precisa é: sim, desde que o investimento seja feito com planejamento e que o equipamento tenha qualidade compatível com o nível de risco e vulnerabilidade da área.
Apesar de haver quem questione a eficácia de câmeras de segurança — alegando que criminosos não se intimidam ao serem filmados — estudos metódicos e baseados em evidências coletadas nos últimos anos mostram o contrário. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE), a simples presença de equipamentos de segurança já atua como fator dissuasivo. Em ambientes monitorados, a cada 100 tentativas de roubo, 94 não são efetivadas. Ou seja, o índice de frustração dos criminosos é altíssimo quando há monitoramento visível.
Redução de 13.9% por conta do uso de equipamentos de segurança
Em reportagem recente do Correio Braziliense, dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) reforçam essa tendência. A popularização e o maior acesso a equipamentos de segurança eletrônica têm refletido diretamente nos índices de criminalidade. Segundo a SSP, entre janeiro e setembro de 2023, houve uma redução de 13,9% no número de roubos a residências em comparação com o mesmo período de 2022, passando de 195 para 168 ocorrências. A queda coincide com o aumento das vendas de equipamentos de segurança e o consequente barateamento dos sistemas.
Além disso, a percepção da população em relação à segurança também mudou. De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal, os moradores estão cada vez mais conscientes da necessidade de proteger seus lares com medidas preventivas. “Com o aumento das vendas, o custo de produção cai e o preço, consequentemente, também diminui. Isso facilita o acesso pela população”, avaliou um dos entrevistados.
Segurança ao alcance do bolso
Hoje em dia, é possível adquirir uma câmera de monitoramento com gravação em nuvem por cerca de R$ 120 pela internet, tornando o investimento inicial bastante acessível. O armazenamento das imagens na nuvem, que garante o acesso remoto e seguro aos registros mesmo em caso de furto do equipamento, pode ser contratado por valores mensais na faixa de R$ 15. Esses custos, considerados baixos frente ao risco de prejuízos causados por invasões ou furtos, têm motivado um número crescente de famílias e pequenos comércios a adotarem a tecnologia.
Integração com o poder público: iniciativa de Saquarema amplia alcance da vigilância
Um exemplo de inovação no uso de câmeras para segurança pública vem de Saquarema (RJ), onde a Prefeitura firmou um acordo com a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro para compartilhar as imagens captadas por cerca de 1.030 câmeras instaladas em escolas, postos de saúde, CRAS, ruas e demais prédios públicos. Essas imagens serão integradas ao sistema 190 Integrado, ampliando a capacidade de monitoramento em tempo real por parte da PM.
Além de aumentar a sensação de segurança, a medida permite o uso de tecnologias avançadas, como reconhecimento facial, leitura de placas de veículos e detecção de comportamentos suspeitos, potencializando a eficiência das operações policiais.
O mais interessante é que qualquer morador de Saquarema pode participar da iniciativa, desde que tenha câmeras voltadas para a rua e autorize a integração. O cadastro pode ser feito diretamente pelo e-mail david@pm.rj.gov.br, permitindo que as imagens residenciais também colaborem com a prevenção e repressão de crimes.
Investimento consciente pode trazer resultados concretos
Nenhum sistema de segurança é absolutamente infalível. Entretanto, os dados confirmam que o uso de câmeras de vigilância e porteiros eletrônicos é realmente eficaz na redução de furtos e assaltos.
O investimento em tecnologia, aliado a uma boa avaliação dos pontos vulneráveis do imóvel e, quando possível, ao compartilhamento de imagens com o poder público, pode não apenas inibir ações criminosas, mas também servir como ferramenta fundamental de resposta rápida.