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Brasil agora dita regras na análise de armas químicas! Laboratório do Exército avança na OPAQ e impressiona o mundo

por Rafael Cavacchini 04/04/2025
Brasil agora dita regras na análise de armas químicas! Laboratório do Exército avança na OPAQ e impressiona o mundo

Único da América Latina com certificação internacional, laboratório brasileiro assume papel de avaliador e amplia atuação com Biotoxinas e armas químicas

O Brasil acaba de consolidar sua posição de destaque no cenário global da defesa biológica, radiológica, nuclear e, principalmente, armas químicas! O Laboratório de Análises Químicas (LAQ), vinculado ao Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN), tornou-se um dos poucos laboratórios do mundo com a capacidade de avaliar testes de proficiência da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ). Mais do que isso: o Brasil agora domina a detecção de Biotoxinas, uma habilidade que pode ser decisiva tanto na prevenção de ameaças quanto em investigações de possíveis violações internacionais.

O Brasil agora avalia os melhores do mundo no assunto de armas químicas!

No último mês, o LAQ marcou presença na sede da OPAQ, em Haia, atuando pela primeira vez como laboratório avaliador do 56º Teste Oficial de Proficiência. Isso significa que o Brasil não apenas participou do exame, mas também ajudou a corrigir e validar os resultados de outros países que buscam a certificação da organização.

A performance da equipe impressionou os representantes da OPAQ, reforçando o papel do Brasil como referência internacional no combate a armas químicas. O reconhecimento não é apenas técnico, mas também geopolítico. Afinal, ser um laboratório avaliador coloca o país sobretudo entre os poucos que ditam os padrões globais na área.

Domínio sobre Biotoxinas – um passo estratégico

A novidade não para por aí. O LAQ também obteve o grau máximo de desempenho na detecção de Biotoxinas, após participar de um ensaio promovido pela OPAQ em setembro de 2024. Essa conquista insere o Brasil no circuito internacional das análises de toxinas em amostras ambientais. Além disso, expande ainda mais sua relevância na fiscalização e no controle de ameaças químicas e biológicas.

O envolvimento do IDQBRN e do Exército Brasileiro na Conferência dos Estados-Parte da OPAQ, realizada anualmente em Haia, reforça o compromisso do Brasil com os tratados internacionais que proíbem o uso de armas químicas. No entanto, há desafios. O avanço do Brasil nessa área pode gerar sobretudo pressão geopolítica, já que países com histórico de investigações sobre armas químicas – como Rússia, China e até mesmo os EUA – mantêm forte influência nas decisões da OPAQ.

Enquanto isso, o Brasil avança de forma consistente e estratégica, garantindo um lugar de respeito na elite global do combate às armas químicas.


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