Análise por IA em imagens de base naval brasileira atesta grave fragilidade na defesa da Amazônia

Uma análise detalhada baseada em imagens da principal base naval no Norte do Brasil e dados fornecidos pelo Comando do 4º Distrito Naval, complementada por dados públicos oficiais, revela uma preocupante vulnerabilidade da Marinha do Brasil na defesa da Amazônia. Segundo a análise, a falta de meios navais adequados e a enorme distância dos centros de reforço, localizados na região sudeste, comprometem severamente a capacidade de resposta a ameaças externas.
Capacidade naval limitada no 4º Distrito Naval
O 4º Distrito Naval, com sede em Belém (PA), é responsável por uma área que cobre aproximadamente 23% do território brasileiro, incluindo 1.448 km de litoral e 4.828 km de vias fluviais navegáveis, de acordo com informações oficiais da Marinha do Brasil. Apesar da vastidão e importância estratégica dessa região, apenas 12 embarcações estão subordinadas ao comando local, e a maioria delas são navios de apoio, como balizadores e hospitalares.

Ainda em 2009 o então ministro da defesa Nelson Jobim já alertava sobre a deficiência que o Brasil possui no Norte do país no que diz respeito a defesa nacional: “A base naval brasileira hoje é exclusivamente no Rio de Janeiro. Temos que estabelecer uma base no Norte”.
Os principais meios de combate presentes são dois navios-patrulha da classe Bracuí, o Bracuí (P-60) e o Bocaina (P-62). Essas embarcações possuem velocidade máxima de apenas 20 nós e são equipadas com armamento limitado, consistindo principalmente em um canhão Bofors de 40 mm e metralhadoras. Essas características colocam os navios brasileiros em desvantagem significativa contra qualquer força naval moderna.
Comparativo com forças navais de outras nações
O Coronel de Estado Maior, Rocha Paiva, declarou em artigo publicado na RSM que o Brasil não precisa se preocupar com as nações da América latina, que quanto a estas estamos bem servidos de equipamentos, mas que a preocupação deve ser com os “grandes bucaneiros navais”, se referindo às grandes potências que podem de uma hora pra outra resolver se apropriar dos recursos brasileiros.
O alto comando naval, afinal de contas, deseja submergíveis para que? Enfrentamento de forças navais latino americanas? Se for somente para estas, até que estamos bem servidos. Acontece que o almirantado, a esta altura do promenade naval, não pode mais “tapar o sol com a peneira”! Não são os países de língua espanhola que vão botar banca. Não, não vai ser essa “barbada”. Quem vai nos obrigar a levantar ferros são os “grandes bucaneiros navais”
A comparação com bases navais de outras potências acentua ainda mais a percepção de fragilidade:
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Nos Estados Unidos, a Estação Naval de Mayport, na Flórida, abriga regularmente cerca de 20 embarcações de guerra, incluindo 12 destroyers da classe Arleigh Burke, armados com mísseis BGM-109 Tomahawk e torpedos antisubmarino Mark 46. Esses destroyers têm velocidades operacionais entre 25 e 30 nós, muito superiores às embarcações brasileiras. Os EUA possuem os classe Zumwalt, que navegam a mais de 30 nós. Essas embarcações tem possibilidade de navegar da base naval na Flárida até a costa brasileira em menos de 3 dias. Outro diferencial, as embarcações de guerra da classe Zumwalt tem condições de atingir alvos a mais de 100 quilômetros de distância.
Esses números mostram que, enquanto forças vizinhas e grandes potências possuem capacidade de projeção e combate altamente efetiva na região, o Brasil mantém no Norte uma presença naval praticamente simbólica, incapaz de dissuadir ou reagir adequadamente a ações hostis.
Tempo de resposta para defesa da Amazônia em caso de necessidade de reforço
De fato, é inegável que há um flanco vulnerável
A análise indica que o Brasil possui hoje um grave ponto vulnerável em sua defesa marítima no Norte. A falta de embarcações de combate adequadas, a insuficiência de sistemas de defesa costeira e a distância dos centros logísticos tornam a Amazônia um alvo potencialmente fácil em caso de conflito regional ou de intervenção externa.
A superação dessa vulnerabilidade exigiria investimentos urgentes em três frentes: aumento do número de navios de combate de médio e grande porte na região, instalação de baterias costeiras de mísseis antinavio modernas e reforço da capacidade de vigilância e resposta aérea em todo o Norte do país.
Ignorar esse quadro é aceitar que a Amazônia, estratégica para o Brasil e para o equilíbrio geopolítico sul-americano, permaneça um flanco desprotegido no tabuleiro internacional.
Referências:
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Comando do 4º Distrito Naval: Marinha do Brasil
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Navio-Patrulha Bracuí – P-60: Marinha do Brasil
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Navio-Patrulha Bocaina – P-62: Marinha do Brasil
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Naval Station Mayport: U.S. Navy
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Classe Mariscal Sucre: Armada Bolivariana da Venezuela
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BGM-109 Tomahawk: U.S. Navy Fact Files
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Torpedo Mark 46: U.S. Navy