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Em uma das maiores manobras militares do mundo, caças Gripen da FAB derrotam dois dos jatos de combate mais consagrados da aviação militar dos Estados Unidos

por Noel Budeguer 29/03/2025
Em uma das maiores manobras militares do mundo, caças Gripen da FAB derrotam dois dos jatos de combate mais consagrados da aviação militar dos Estados Unidos

Realizado em novembro de 2024, o maior exercício militar aéreo da América Latina, o Cruzex (Cruzeiro do Sul), ocorreu na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte. A edição contou com a participação de 16 países, aproximadamente 100 aeronaves e 3.500 militares, em uma operação conjunta voltada ao fortalecimento da interoperabilidade e à troca de conhecimentos entre as forças aéreas envolvidas.

Presença de caças de ponta: o Gripen e o F-15 Eagle

Dois novos caças de alta performance, o Gripen E, da Força Aérea Brasileira (FAB), e o F-15 Eagle, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), são os grandes destaques desta edição. A inclusão destas aeronaves foi marcante, já que nenhuma delas havia participado de edições anteriores do Cruzex. Inicialmente, os EUA planejavam utilizar o caça F-16, mas ao identificar uma desvantagem técnica em relação ao Gripen, optaram por enviar o F-15 Eagle, uma das aeronaves de combate mais renomadas do mundo e que nunca foi derrotada em combate real.

Primeiras simulações: Força Aérea do Brasil vence confronto aéreo contra os EUA

No dia 5, ocorreu o primeiro combate simulado entre o Gripen e o F-15. Ambas as aeronaves estavam equipadas com mísseis de longo alcance (Beyond Visual Range, ou BVR): os norte-americanos usaram o AIM-120 AMRAAM, enquanto os caças brasileiros utilizaram o moderno míssil MBDA Meteor, reconhecido por seu alcance superior e elevada precisão. No embate simulado, o Brasil surpreendeu, vencendo o confronto com um placar de 2 a 0, uma vitória que deixou os pilotos norte-americanos impressionados com o desempenho do caça brasileiro.

Os elogios vieram em especial pela robustez e capacidade eletrônica do Gripen, que demonstrou um nível tecnológico e de sensores que impactaram positivamente os militares dos EUA. É importante ressaltar que o Gripen ainda não está totalmente otimizado na FAB, o que valorizou ainda mais seu desempenho nesta simulação.

Tecnologia de ponta e destaque internacional

Equipado com sistemas avançados de sensores e radar, bem como com recursos inéditos de guerra cibernética dentro da Força Aérea Brasileira, o Gripen E provou ser um trunfo na frota brasileira. Sua presença no Cruzex 2024 não apenas solidifica o Brasil como líder tecnológico na aviação militar da América Latina, mas também tem chamado a atenção dos países aliados, que se surpreendem com as inovações incorporadas à aeronave.

A entrada do Gripen na frota da FAB elevou a capacidade de combate aérea do Brasil, proporcionando uma vantagem estratégica em relação às outras nações da região. A combinação de alcance estendido e integração de sistemas de última geração faz com que o caça sueco-brasileiro seja o mais avançado entre as forças aéreas da América Latina.

Desempenho e capacidades do F-15 durante a simulação

O caça norte-americano empregado durante o Cruzex 2024 foi o F-15 Eagle, uma aeronave de superioridade aérea desenvolvida pela McDonnell Douglas (atualmente Boeing), amplamente reconhecida por sua capacidade de combate ar-ar. Desde sua introdução nos anos 1970, o F-15 passou por diversas atualizações tecnológicas e continua sendo uma das plataformas mais confiáveis da Força Aérea dos Estados Unidos. Com velocidade máxima superior a Mach 2,5 e equipado com avançados sistemas de radar e armamentos, o F-15 foi projetado para obter e manter a supremacia aérea em qualquer cenário de combate. Sua participação no exercício evidenciou o alto nível de realismo das simulações realizadas e proporcionou uma valiosa troca de experiências entre as forças envolvidas.

 

 

Etapas finais do exercício Cruzex

Durante os últimos dias do exercício, o Cruzex realizou novas operações e simulações de combate, testando ainda mais as capacidades das aeronaves e o preparo das equipes envolvidas. Esses exercícios foram essenciais para que os países participantes ajustassem suas táticas de combate e aperfeiçoassem a cooperação entre as forças aéreas, especialmente em cenários simulados de conflito que exigiram alto nível de coordenação.

A atuação do Gripen no Cruzex 2024 reforçou o papel do Brasil como protagonista na segurança regional e na preparação militar com tecnologia de ponta.