Concurso para Polícia Civil de São Paulo com 15.000 vagas? Novo edital pode ser a solução para o grande déficit de servidores

A Polícia Civil de São Paulo (PC-SP) enfrenta um déficit significativo de pessoal, com cerca de 15.057 cargos vagos, segundo dados do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP). A escassez de efetivo é especialmente crítica em funções essenciais, como investigadores de polícia e escrivães, cujas vagas somam milhares. O déficit já tem comprometido a capacidade da instituição de atender à crescente demanda de segurança pública no estado.
A solução apontada para esse cenário, segundo o sindicato, seria por meio da abertura de novos concursos públicos, capazes de sanar o débito de servidores em todas as áreas da polícia civil.
“Enquanto o efetivo diminui, os policiais em atividade enfrentam uma sobrecarga crescente, lidando com uma demanda que não para de aumentar. A recomposição do quadro e a valorização da classe são essenciais para garantir melhores condições de trabalho e prevenir a evasão”.
O número de vagas ociosas por cargo é, segundo o sindicato, o seguinte:
- Delegado de Polícia: 774;
- Escrivão de Polícia: 2.388;
- Investigador de Polícia: 3.482;
- Agente de Telecomunicações Policial: 1.083;
- Papiloscopista Policial: 225;
- Auxiliar de Papiloscopista Policial: 541;
- Agente Policial: 1.299;
- Carcereiro: 3.724;
- Médico Legista: 398;
- Perito Policial: 377;
- Desenhista Técnico Pericial: 80;
- Fotógrafo Técnico Pericial: 299;
- Auxiliar de Necrópsia: 166; e
- Atendente de Necrotério Policial: 221.
Em resposta à situação, a Secretaria da Segurança Pública realizou no ano passado concurso com 3.500 vagas, mas o sindicato da categoria alerta que esse número é insuficiente para preencher a totalidade das vagas em aberto e equilibrar a força de trabalho da Polícia Civil. De acordo com os dados levantados, a falta de pessoal afeta diretamente a qualidade do atendimento à população, prejudicando investigações e o tempo de resposta da corporação.
A escassez de efetivo não é um problema novo, mas se intensificou nos últimos anos devido à falta de reposição de servidores. A PC SP sofre com um envelhecimento do quadro de funcionários, o que gera um aumento no número de aposentadorias e licença médica. A falta de novos concursos tem exacerbado o problema, gerando um cenário de sobrecarga para os policiais em atividade.
Entre as medidas para combater o déficit, a realização de novos concursos é apontada como uma solução urgente. A PC SP já enfrenta dificuldades para lidar com os casos que chegam diariamente, sem contar com o desgaste físico e emocional de seus servidores. Especialmente na investigação criminal e na lavratura de flagrantes, a deficiência de pessoal tem gerado filas e atrasos, além de um impacto na moral da corporação.
Novos concursos
Além do concurso recente, o sindicato e as autoridades de segurança pública defendem a necessidade de abrir mais concursos nos próximos anos para a reposição contínua do quadro de servidores da Polícia Civil.
O déficit de pessoal também afeta outras áreas da Polícia Civil, como o setor administrativo e o apoio logístico. A falta de recursos humanos tem impacto direto na eficiência da gestão de casos, em especial nas investigações mais complexas, que exigem tempo e dedicação. A previsão de novos concursos, portanto, não se limita apenas à necessidade de preencher cargos operacionais, mas também à ampliação da estrutura administrativa da instituição.
Contudo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que, até o momento, não há previsão de abertura de novos concursos, apenas depois que todos os aprovados do último concurso sejam convocados.
Já para o governador Tarcísio de Freitas, com o concurso em andamento, esse é o maior ingresso de servidores na história da PC SP.
“Tem um concurso em andamento para 3.500 profissionais, ou seja, se a gente pensar naquilo que está fazendo na Polícia Civil, no concurso passado foram 4.017 mais os 3.500 em andamento, a gente está falando de um recomplementamento de 30% do efetivo da Polícia Civil. É o maior ingresso na história da Polícia Civil”, informou o chefe do executivo paulista.