Brasil investe em drones militares e já tem data para utilizar modelos especiais para combate

Os drones desempenham um papel importante nas operações de monitoramento das Forças Armadas brasileiras.
Embora o Brasil ainda não possua drones de combate, como os utilizados em guerras e conflitos no exterior, o país tem investido fortemente em tecnologias de drones para ajudar nas suas operações de segurança, monitoramento e até mesmo em situações de emergência.
A utilização desses dispositivos tem sido uma tendência crescente entre as forças militares em todo o mundo, mas a adaptação do Brasil para esse tipo de tecnologia tem ganhado cada vez mais destaque.
O Brasil e seus drones: um foco em monitoramento
Atualmente, as Forças Armadas brasileiras possuem sete modelos de drones em operação.
Todos eles são focados em atividades de monitoramento, sem envolvimento direto em missões de combate.
Esse modelo de operação é bem diferente do que estamos vendo em outros países, como a Ucrânia, que nesta semana utilizou drones de combate para atacar forças russas.
Entre os drones utilizados pelas Forças Armadas brasileiras, o Hermes 900, de origem israelense, é um dos mais conhecidos.
Esse modelo, utilizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), foi, por exemplo, crucial no auxílio durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em maio de 2024.
O Hermes 900 foi usado para localizar pessoas em áreas isoladas, ajudando no resgate e na coordenação das operações de ajuda humanitária.
A eficácia desse drone em situações de crise evidenciou sua importância para a segurança e assistência em casos de desastres naturais.
Outro modelo importante é o Nauru 1000C, utilizado pelo Exército Brasileiro.
Embora atualmente o foco desse drone seja também o monitoramento, ele tem um grande potencial de se tornar uma plataforma mais avançada.
De acordo com especialistas, o Nauru 1000C tem a possibilidade de ser adaptado para carregar mísseis, o que permitiria ao Brasil integrar-se ao seleto grupo de países que já operam drones de combate.
Essa transição poderia colocar o Brasil na lista dos 54 países que, atualmente, já utilizam drones para ataques aéreos.
O futuro dos drones de combate no Brasil
O uso de drones de ataque não é algo que faz parte do atual quadro das Forças Armadas brasileiras, mas o país está se preparando para uma mudança.
Em uma nota enviada ao portal de notícias G1, o Exército Brasileiro confirmou que a meta é ter um modelo de drone de combate até novembro de 2027.
Esse modelo será desenvolvido a partir de uma adaptação do Nauru 1000C e será realizado em parceria com duas empresas especializadas em tecnologia de defesa.
O desenvolvimento dessa nova tecnologia promete transformar o cenário de defesa nacional, com a previsão de que os primeiros testes aconteçam ainda neste ano.
A incorporação do drone de combate no arsenal brasileiro marcará um novo capítulo para o país, alinhando-se a nações que já utilizam drones para missões de combate e reconhecimento em conflitos militares.
Além disso, a expectativa é que esse modelo também atenda a demandas de defesa e monitoramento em missões de paz e segurança regional.
Drones de combate no mundo: o que está acontecendo lá fora?
Enquanto o Brasil se prepara para a produção de seus próprios drones de combate, o cenário global já é bastante avançado.
Muitos países ao redor do mundo, como os Estados Unidos, Israel e China, já utilizam drones com capacidades ofensivas, realizando ataques aéreos em conflitos militares, como as guerras no Oriente Médio e no Leste Europeu.
Esses drones têm se mostrado eficazes na execução de missões de alto risco e precisão, oferecendo uma maneira mais segura de atacar alvos sem colocar as vidas de soldados em risco.
Na América Latina, apenas a Venezuela possui drones de combate. O país utiliza o modelo Mohajer, fabricado pelo Irã, um dos maiores fornecedores mundiais de drones de ataque.
O Irã tem se destacado como uma potência no fornecimento de equipamentos de defesa, especialmente drones, que têm sido usados em diversas regiões de conflito.
No entanto, os drones de combate não são apenas ferramentas de guerra.
Eles também desempenham um papel estratégico em questões de segurança nacional, fornecendo informações valiosas para inteligência militar e operações de defesa preventiva.
O Brasil se prepara para os novos desafios
Embora o Brasil ainda esteja a caminho de se tornar um dos países com drones de combate, o uso desses equipamentos tem evoluído rapidamente no país.
O objetivo de adaptação do Nauru 1000C, já em andamento, reflete uma tendência de modernização das Forças Armadas, que busca manter-se atualizadas com as últimas inovações tecnológicas e garantir a soberania do país nas próximas décadas.
Com a introdução dos drones de combate, o Brasil não só aumentará sua capacidade de resposta em tempos de crise, mas também fortalecerá suas alianças com outras potências militares, especialmente em um cenário geopolítico que exige cada vez mais rapidez e precisão em operações militares.
O uso de drones de combate no Brasil representa também um salto na indústria de defesa nacional.
O desenvolvimento e a fabricação desses equipamentos em solo brasileiro têm o potencial de impulsionar a economia e gerar novos postos de trabalho, além de fomentar a inovação tecnológica em áreas de ponta.