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80 anos de Monte Castelo: Brasil e Itália relembram memória dos pracinhas brasileiros no sopé do monte durante a Segunda Guerra Mundial

por Rafael Cavacchini 03/03/2025
80 anos de Monte Castelo: Brasil e Itália relembram memória dos pracinhas brasileiros no sopé do monte durante a Segunda Guerra Mundial

80 anos da vitória de Monte Castelo: Brasil e Itália relembram o sacrifício dos pracinhas na Segunda Guerra Mundial

A história ecoou forte nos corações de brasileiros e italianos na emocionante cerimônia pelos 80 anos da Tomada de Monte Castelo, realizada em 23 de fevereiro de 2025, na Itália. A celebração aconteceu no sopé da elevação onde 96 bravos soldados brasileiros deram suas vidas pela liberdade durante a Segunda Guerra Mundial.

O evento aconteceu em Guanella, junto ao Monumento “Liberazione”, projetado pela arquiteta brasileira Mary Vieira. Trata-se sobretudo de um marco simbólico da luta e do sacrifício da Força Expedicionária Brasileira (FEB) contra as forças nazifascistas.

Honrando os Heróis da FEB

A cerimônia foi repleta de momentos marcantes. Foram depositadas cinco coroas de flores ao pé do monumento, oferecidas por:

  • Embaixada do Brasil na Itália
  • Embaixada do Brasil junto à Santa Sé
  • Aditância do Exército na Itália
  • Prefeitura de Gaggio Montano
  • Lions Club da cidade

Além disso, os hinos do Brasil e da Itália foram entoados, as bandeiras foram hasteadas e discursos relembraram o papel decisivo da FEB na libertação da região. O momento mais tocante veio ao final, quando um grupo de crianças de escolas locais recitou, em italiano e português, trechos de depoimentos dos pracinhas. O evento reforça principalmente a importância de preservar essa memória para as futuras gerações.

O legado e as polêmicas

A Tomada de Monte Castelo foi um dos momentos mais duros da campanha da FEB na Itália. Ainda assim, ainda hoje é alvo de debates entre historiadores e militares. Por que os pracinhas demoraram tanto para conquistar a posição? Muitos apontam para a falta de preparo inicial, a defasagem de equipamentos e a inexperiência do comando aliado ao lidar com as tropas brasileiras. O próprio general Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, enfrentou desafios para ganhar autonomia estratégica frente às ordens dos comandantes norte-americanos.

Além disso, há quem critique o esquecimento dos ex-combatentes no Brasil. Após voltarem da guerra, muitos enfrentaram dificuldades para receber assistência e reconhecimento. A cerimônia em Monte Castelo é uma justa homenagem, mas resta a pergunta: o Brasil valoriza seus heróis de guerra como deveria?

Independente dos debates, o evento reafirmou a importância do sacrifício dos soldados brasileiros e manteve viva a lembrança de um dos momentos mais heroicos da história militar do país.


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