Uber com Armas: O aplicativo que transforma militares da ativa, veteranos do Exército e policiais em guarda-costas armados sob demanda com um clique

Já imaginou solicitar um carro e ser escoltado por seguranças armados? Nos Estados Unidos, essa realidade está se tornando comum com o surgimento do aplicativo Protector, que permite contratar guarda-costas armados sob demanda, similar a um “Uber com armas”. Após o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, esse serviço de segurança privada rapidamente se tornou viral, possibilitando que os usuários contratem escoltas de agentes armados com apenas alguns toques na tela.
Como funciona o controverso serviço
O Protector é um aplicativo que revoluciona o conceito de segurança pessoal, tornando a proteção privada acessível ao público geral de forma sob demanda. Conforme descreve o site BGR:
“O aplicativo permite que você solicite uma viagem para ir a qualquer lugar que desejar, mas com uma diferença: ele oferece agentes armados para protegê-lo durante a viagem.”

Para utilizar o serviço, os usuários devem agendar com cinco horas de antecedência. O preço base é de US$ 100 por hora, podendo chegar a US$ 200 por hora para um guarda e um motorista, com valores substancialmente maiores para serviços adicionais.
O aplicativo permite que os clientes escolham o número de veículos (Escalades ou Chevy Suburbans), a quantidade de agentes, e até mesmo o código de vestimenta dos seguranças, que pode ser:
- Negócios Formais
- Negócios Casual
- Casual Tático
- Operador

O criador e a origem do aplicativo
O Protector foi desenvolvido por Nick Sarath, um ex-designer de produtos da Meta de apenas 25 anos. Segundo a Techspot, o aplicativo foi “rushed to market” (lançado às pressas) após o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson.
Sarath também é responsável por outro aplicativo relacionado à segurança chamado Patrol, que permite às pessoas financiarem coletivamente proteção para seus bairros. Quanto mais dinheiro arrecadado, maior o nível de segurança, incluindo carros extras, guardas e até drones.
Viralização nas redes sociais
O aplicativo ganhou enorme visibilidade graças ao consultor Nikita Bier, que publicou sobre o Protector no X (antigo Twitter), em um post que alcançou 4,2 milhões de visualizações. Na publicação, Bier compartilhou:
“Nos últimos meses, tenho aconselhado @bookprotectors: um novo aplicativo para solicitar um detalhe de segurança sob demanda. Ou mais simplesmente: Uber com armas. Hoje, eles estão estreando em Los Angeles e Nova York em 3º lugar na App Store. Se você tiver um encontro quente neste fim de semana, pegue-a em um Protetor.”

No TikTok, vídeos de influenciadores utilizando o serviço viralizaram, mostrando bodyguards buscando-os no aeroporto, carregando suas malas, comprando bebidas e acompanhando-os em compras durante a New York Fashion Week.
Credenciais dos “protetores”
De acordo com a empresa, todos os agentes disponíveis no aplicativo são profissionais altamente qualificados com vastas experiências em segurança. Entre eles estão:
- Veteranos do exército
- Militares da ativa
- Policiais experientes (tanto aposentados quanto em serviço)
- Ex-agentes de outras agências de segurança
A plataforma garante verificar o currículo de todos os profissionais antes de permitir que atuem como escolta, e os usuários podem acessar o perfil completo do guarda-costas, incluindo qualificações e histórico.
Disponibilidade limitada e crescimento rápido
Atualmente, o Protector está disponível apenas em Los Angeles e Nova York, exclusivamente para dispositivos iOS através da App Store americana. O aplicativo não possui um site oficial, concentrando sua divulgação principalmente em plataformas como TikTok e X.
O sucesso foi imediato: em pouco tempo, o Protector alcançou a terceira posição na categoria Viagens da App Store dos EUA, evidenciando a procura por esse tipo de serviço.
Controvérsia e marketing agressivo
O que chama atenção é como o aplicativo utiliza a tragédia do assassinato do CEO Brian Thompson como argumento de marketing. Segundo a Techspot:
“A conta do Protector no X inclui um vídeo mostrando resultados teóricos do tiroteio caso um Protetor estivesse presente. No primeiro cenário, o Protetor identifica o agressor antes que ele se aproxime e o afasta. O outro cenário mostra o protetor atirando no atacante no estômago antes que ele saque sua arma.”
Este tipo de marketing levanta questões éticas sobre a exploração do medo para promover serviços de segurança privada.
Reações do público
As opiniões sobre o Protector são divididas. Enquanto alguns veem o serviço como uma solução prática para quem busca segurança adicional, outros consideram a iniciativa um sintoma preocupante da normalização da violência armada nos EUA.
O colunista José Adorno, do BGR, resumiu o sentimento de muitos ao comentar: “Protector parece a coisa mais americana que já vi em algum tempo.”
O futuro da segurança privada sob demanda
Com o aparente sucesso inicial do Protector, especialistas preveem que mais aplicativos similares possam surgir no mercado americano e, potencialmente, em outros países com alta demanda por segurança privada.
Por enquanto, não há informações sobre expansão internacional do serviço, mas o modelo de negócio já demonstra um potencial de crescimento significativo dentro do território americano.