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Romênia quer erguer muralha aérea no caminho da Rússia de Putin

por JB Reis 20/02/2025
Romênia quer erguer muralha aérea no caminho da Rússia de Putin

A Romênia, membro da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), tem se destacado como um país de crescente importância no cenário geopolítico europeu, especialmente em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. O país compartilha uma extensa fronteira de 650 km com a Ucrânia, tornando-se um ponto crucial no apoio ao país vizinho. De fato, o governo romeno tem apoiado a Ucrânia em diversas áreas, incluindo o acolhimento de mais de 4 milhões de refugiados ucranianos, ajuda humanitária e energética, e facilitando o transporte de mais de 13 milhões de toneladas de grãos ucranianos para o resto do mundo. Só por esses dados, não é difícil concluir que Putin venha a ter dificuldades com a Romênia.

O pais aprovou um projeto de lei que permitiria abater drones ou mísseis que entrassem ilegalmente no espaço aéreo do país. O jornal romeno Digi informou que o projeto de lei expande e regulamenta medidas para controlar o uso do espaço aéreo nacional.

A iniciativa legislativa estipula que drones russos que entrarem sem autorização em território romeno podem ser abatidos, o que antes era impossível porque a Romênia não está em guerra.

Senado romeno pode criar a lei do abate russo

O Senado romeno deve tomar a decisão final e então a lei deve ser assinada pelo presidente interino do país, Ilie Bolojan.

O projeto de lei, também de acordo com informações do jornal romeno Digi, foi aprovado com 196 votos a favor, 99 contra e duas abstenções.

A iniciativa foi do Ministério da Defesa e surgiu no contexto de uma lacuna legislativa quanto ao uso das capacidades das Forças Armadas romenas.

Em particular, no momento, o exército romeno não pode abater drones ou mísseis que entrem no espaço aéreo, a menos que haja estado de emergência.

Romênia quer erguer muralha aérea contra Putin

“Se estivermos em paz, este projeto de lei visa estabelecer uma forma de atuação contra meios que utilizam o espaço aéreo do país de forma não autorizada”, disseram os parlamentares.

De acordo com o projeto de lei, forças da OTAN de outros países também poderão participar dessas atividades de acordo com acordos coletivos de defesa.

Anteriormente, o Ministério da Defesa romeno informou que, em 13 de fevereiro, os destroços dos drones Geran usados ​​pela Rússia para atacar a infraestrutura portuária ucraniana no Danúbio foram encontrados no território do país.

“Com base nos resultados das investigações no local, foi descoberto que ambos os drones tinham cargas explosivas a bordo, que foram destruídas quando atingiram o solo. Ambos os locais estão fora de áreas povoadas, e nenhum elemento de infraestrutura no país foi danificado”, disse o Ministério.

Em dezembro do ano passado, um míssil de cruzeiro russo Kh-101 voou sobre a Romênia e a Moldávia e caiu em um campo.

Romênia, ponta de lança para o Ocidente

Desde 1989, a Romênia tem priorizado o fortalecimento das relações com o Ocidente, em particular com os Estados Unidos e a União Europeia. O país ingressou na OTAN em 2004 e na UE em 2007, demonstrando um compromisso com a integração euro-atlântica.

A Romênia também é um dos membros fundadores da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo romeno tem como objetivo declarado estreitar os laços com países como Moldávia, Ucrânia e Geórgia, auxiliando-os na integração com o Ocidente4.

A Romênia tem demonstrado apoio à adesão de países do Leste Europeu e do Cáucaso à OTAN e à União Europeia.