Paralelo ao estardalhaço do governo e Forças Armadas sobre combate ao garimpo, Greenpeace identifica 130 balsas criminosas operando na Amazônia: “FAB poderia afundar essas dragas com mísseis”

Destoando de toda comunicação de combate ao garimpo ilegal propagada pelo governo e pelas Forças Armadas, em especial na Terra Indígena Yanomami, o Greenpeace identificou com monitoramento via satétite 130 balsas em busca de ouro no leito do Rio Madeira.
As informações foram divulgadas primeiramente no dia 31 de janeiro na coluna Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
A identificação foi possível devido ao novo sistema desenvolvido pela ONG, que funciona a partir de imagens captadas pelo radar Sentinel 1 e processadas no Google Earth Engine. Segundo o Greepeace, de 10 a 22 de janeiro foram emitidos 12 alertas de mineração ilegal no afluente do Rio Amazonas, entre os municípios de Novo Aripuanã e Humaitá.
Para a ONG, os dados comprovam que a mineração ilegal permanece ativa e descontrolada.
A última grande operação contra o garimpo ilegal no Rio Madeira aconteceu em agosto de 2024, quando Polícia Federal, Ibama e Funai destruíram 459 dragas.
O garimpo destroi o leito do rio, contamina a água com mercúrio e impacta a subsistência das comunidades ribeirinhas. Apesar disso, o Greenpeace afirma que a mineração ilegal é vista na região como complemento à renda.
Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas da organização, disse à Folha de São Paulo que a destruição causada pelo garimpo é sustentada por uma cadeia criminosa que opera com total impunidade.
“É urgente que o governo brasileiro adote políticas integradas que unam tecnologia, fiscalização eficiente e alternativas econômicas sustentáveis para proteger nossos rios e populações”.
Em nota à Folha, o Ibama disse que desde 2023 foram destruídas 1.222 dragas, sendo 800 só no ano passado, e prometeu ações de combate ao crime em 2025.
Nos comentários da publicação, os leitores ficaram indignados com a situação.
“Será que o Ministério do Meio Ambiente não sabe disso? É mesmo necessária uma intervenção de um organismo não governamental para que isso seja publicado?”, questionou Manoel Marcilio Sanches.
Paulo Torga criticou a ministra do Meio Ambiente. “Acorda, Marina. Vergonha de gestão! Queimadas, foz do Amazonas, garimpo, etc. Estamos de olho na COP 30”.
Já Alex Carvalho foi mais “radical” na proposta de solução. “A Força Aérea Brasileira poderia afundar essas dragas com mísseis!”.