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O que a FAB faz para proteger o Brasil? Dos radares de última geração à interceptação de tráfego ilícito, veja como o DECEA garante um espaço aéreo seguro e eficiente

por Marcos 24/02/2025
O que a FAB faz para proteger o Brasil? Dos radares de última geração à interceptação de tráfego ilícito, veja como o DECEA garante um espaço aéreo seguro e eficiente

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), desempenha um papel essencial na segurança da aviação nacional. A instituição coordena recursos humanos, equipamentos e infraestrutura com o objetivo de assegurar a fluidez e a proteção de mais de dois milhões de pousos e decolagens anualmente.

Cabe ao DECEA a responsabilidade de implementar e manter um sistema de controle de tráfego aéreo unificado no Brasil, sendo o único no mundo a integrar a gestão do tráfego aéreo com operações de defesa aérea em uma mesma estrutura. Além disso, a organização opera uma extensa rede de radares e centros de controle espalhados pelo território nacional, fornecendo em tempo real a localização precisa de todas as aeronaves que cruzam o espaço aéreo brasileiro.

FAB e a Defesa Aérea: soberania e proteção nacional

Os controladores de operações militares realizam a vigilância constante do espaço aéreo, operando 24 horas por dia, sete dias por semana. Entre suas funções, está o monitoramento da aeronave de alerta em voo e a defesa aérea permanente das regiões estratégicas do país.

Esse trabalho complementa as iniciativas da FAB no emprego de radares, satélites e aeronaves dedicadas à vigilância do espaço aéreo nacional. Muitas dessas estruturas estão posicionadas em áreas de fronteira, com o objetivo de interceptar atividades ilícitas, como o transporte ilegal de armas, contrabando e drogas. Esse controle rígido impede que operações criminosas se expandam pelo território nacional e atinjam grandes centros urbanos, representando uma das maiores contribuições da FAB para a segurança do Brasil.

SALVAERO

Atendimento emergencial que salva vidas

O Brasil se destaca na América do Sul por sua capacidade de resposta a emergências aeronáuticas e marítimas, posicionando-se entre os países mais bem preparados para atuar no resgate de vítimas. O Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico conta com uma estrutura robusta para enfrentar desafios diários e garantir atendimento eficaz.

A área de atuação desse serviço cobre aproximadamente 22 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo parte do Oceano Atlântico e da Floresta Amazônica. O Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) tem a missão de localizar e resgatar ocupantes de aeronaves ou embarcações em situações de risco.

O planejamento e a supervisão dessa atividade estão sob responsabilidade do DECEA, que coordena ações para garantir a efetividade das operações. Além do suporte de militares altamente capacitados, aeronaves equipadas com tecnologia avançada são utilizadas para tornar os resgates mais eficientes.

Quando um sinal de alerta é emitido por aeronaves ou embarcações em perigo, o Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC) analisa a situação e encaminha as informações aos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (ARCC), conhecidos como SALVAERO, que operam nos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), localizados em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Manaus (AM). Dependendo da natureza do incidente, os Centros de Coordenação de Salvamento Marítimo (MRCC), chamados de SALVAMAR, também podem ser acionados para assumir a operação.

Após a confirmação da emergência, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) mobiliza os recursos aéreos necessários para executar a missão de busca e salvamento.

COpM

Inovação tecnológica a serviço do controle aéreo

O DECEA conta com modernos sistemas de comunicação aeronáutica, navegação aérea, vigilância e gerenciamento de tráfego aéreo (CNS/ATM), estrategicamente distribuídos pelo país. Além disso, a organização é composta por profissionais qualificados que atuam no planejamento, fiscalização e manutenção dessas redes tecnológicas complexas.

Nos últimos anos, a FAB tem investido na modernização da infraestrutura do DECEA, expandindo a cobertura de radares e aprimorando a comunicação via satélite. Essas inovações elevam a precisão do monitoramento e a eficiência na resposta a situações críticas.

Atualmente, a instituição gerencia uma rede de 7.079 equipamentos espalhados pelo Brasil, garantindo um serviço contínuo de comunicação, navegação e vigilância aérea. Com uma impressionante disponibilidade operacional de 99,55%, os sistemas são mantidos sob rigorosos padrões de qualidade, assegurando operações seguras mesmo em períodos de alta demanda.

De acordo com o Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, Diretor-Geral do DECEA, os investimentos em tecnologia de ponta garantem à população um sistema de navegação aérea eficiente, ágil e seguro, em conformidade com as melhores práticas internacionais. “Esses serviços são conduzidos por profissionais altamente capacitados, preparados para cumprir sua missão com excelência”, afirmou o oficial.