Heróis ou invisíveis? 80 anos após Monte Castelo, pracinhas ainda lutam por reconhecimento

80 anos da tomada de Monte Castelo: unidade expedicionária celebra conquista histórica
Uma celebração para lembrar um dos momentos mais épicos da história militar brasileira! O 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, herdeiro do 1º Regimento de Obuses Auto-Rebocado, realizou no dia 20 de fevereiro, em Marabá (PA), uma solenidade marcante para celebrar os 80 anos da Tomada de Monte Castelo. A vitória, conquistada em 21 de fevereiro de 1945, foi um divisor de águas para os Aliados na Segunda Guerra Mundial. Além disso, foi um verdadeiro teste de coragem e resiliência para os soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Um desafio de gigantes
Monte Castelo não era uma posição qualquer. A montanha nos Apeninos italianos era altamente fortificada pelos alemães, que tinham vantagem no terreno elevado e estavam preparados para resistir. O inverno rigoroso, a neve e a falta de experiência inicial dos brasileiros tornaram a missão quase impossível. Após quatro tentativas frustradas, os pracinhas, apoiados pela artilharia e pela aviação aliada, finalmente tomaram a posição, garantindo o avanço das tropas aliadas rumo à libertação da Itália.
O legado do Regimento Floriano
Atualmente conhecido como Regimento Floriano, o 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva é a única unidade expedicionária da Amazônia. O Regimento mantém sobretudo viva a memória de sua bravura na guerra. Além de Monte Castelo, a unidade lutou em Montese, Castelnuovo, La Sierra e Camaiore, consolidando-se como peça fundamental na campanha da Itália.
Por sua participação na FEB, o regimento carrega orgulhosamente o apelido de “FEBIANA“, em referência à Força Expedicionária Brasileira. Além disso, mantém um espaço histórico com relíquias da Segunda Guerra, incluindo medalhas, condecorações, bandeiras, uniformes e jornais da época, preservando o legado dos heróis que enfrentaram a guerra.
A unidade, considerada a mais antiga da Arma de Artilharia no Brasil, teve nomes ilustres em sua história, como Marechal Floriano Peixoto e Marechal Cordeiro de Farias.
O reconhecimento aos veteranos: ainda falta muito?
A solenidade contou com a presença de autoridades militares e civis. Além disso, estiveram presentes veteranos que mantêm viva a história da FEB. No entanto, a celebração também reacende uma polêmica antiga: o Brasil tem valorizado seus combatentes da Segunda Guerra da forma como merecem?
Muitos ex-pracinhas enfrentaram anos de esquecimento, dificuldades financeiras e falta de reconhecimento oficial, diferentemente de veteranos de outros países. A história da FEB não pode ser apenas lembrada em solenidades. Ao contrário, precisa ser ensinada, valorizada e resgatada como parte da identidade nacional.
Que a lembrança dos 80 anos da Tomada de Monte Castelo seja mais do que uma cerimônia: que seja um marco para que as futuras gerações nunca esqueçam sobretudo o sacrifício daqueles que lutaram pela liberdade!
