Força Aérea dos EUA revoluciona o combate aéreo com F-16 equipados com foguetes guiados a laser para abater drones inimigos no oriente médio com alta precisão e baixo custo

A Força Aérea dos Estados Unidos tem expandido sua capacidade de combate a drones inimigos no Oriente Médio ao equipar seus caças F-16 Fighting Falcon com uma maior carga de foguetes guiados a laser de 70mm. Imagens recentes mostram aeronaves carregando dois pods de sete disparos cada, montados no mesmo pilone, aumentando significativamente a capacidade de engajamento. Além disso, um dos caças foi visto ostentando uma marca de abate de drone. A informação foi divulgada pelo site The War Zone (TWZ).
Aumento do poder de fogo e novas configurações de armamento
As novas imagens, divulgadas pela U.S. Air Forces Central (AFCENT), mostram F-16Cs patrulhando a região com a configuração ampliada de foguetes Advanced Precision Kill Weapon System II (APKWS II). Os caças também carregam um conjunto de mísseis ar-ar AIM-120 AMRAAM e AIM-9 Sidewinder, além de pods de designação de alvos LITENING e HARM Targeting System (HTS). Segundo TWZ, anteriormente, os F-16s operavam na região com apenas um pod de foguetes, tornando essa nova configuração inédita.
A utilização dos foguetes APKWS II no combate aéreo é uma estratégia de custo-benefício, pois essas munições guiadas a laser são significativamente mais baratas que mísseis ar-ar tradicionais. Enquanto um míssil AIM-120 pode custar centenas de milhares de dólares, cada foguete APKWS II tem um custo estimado entre US$ 15.000 e US$ 20.000, tornando-os uma alternativa viável contra drones de menor desempenho, como os usados pelo grupo Houthi.
Marcas de abate e possível uso do canhão Vulcan
Além do novo carregamento de foguetes, uma das imagens divulgadas mostra um F-16C com uma marca de abate de drone pintada na fuselagem, junto a outras seis marcas que exibem silhuetas de revólveres. O significado exato desses símbolos ainda não foi esclarecido, mas há especulações de que possam representar alvos destruídos com o canhão M61 Vulcan, um sistema de seis canos de 20mm presente nos caças. Além dessas, a aeronave também exibe marcas de missões ar-terra já desgastadas pelo tempo.
A prática de marcar aeronaves com símbolos de abate tem sido comum entre as forças militares dos EUA. Recentemente, um caça EA-18G Growler da Marinha recebeu uma marca de um helicóptero Hind após destruí-lo no solo com um míssil AGM-88E. Navios de guerra americanos e de nações aliadas também têm exibido símbolos de drones e mísseis abatidos, especialmente nas operações contra os Houthis no Mar Vermelho.
Expansão do uso dos foguetes apkws ii
O aumento do uso do APKWS II como armamento ar-ar reflete a necessidade da Força Aérea dos EUA de maximizar a capacidade de engajamento dos F-16 contra enxames de drones e mísseis de cruzeiro de baixo desempenho. Essa estratégia já havia sido destacada em janeiro por TWZ, quando se noticiou pela primeira vez o emprego desses foguetes em combates aéreos.
O aumento da “profundidade de carregamento” é crucial, especialmente em ataques coordenados onde múltiplos alvos podem surgir ao mesmo tempo. Durante operações recentes de defesa de Israel contra mísseis e drones iranianos, caças F-15E Strike Eagle precisaram pousar para rearmamento enquanto a ameaça ainda estava no ar. Em um dos casos, uma tripulação de F-15E tentou usar seu canhão Vulcan após esgotar os mísseis, mas não conseguiu derrubar os alvos.
Futuro do armamento e novas possibilidades
Com o sucesso do APKWS II no combate aéreo, há especulações de que a Força Aérea possa testar ainda mais carregamentos assimétricos, como a instalação de dois pods de sete foguetes sob cada asa, totalizando 28 disparos disponíveis. Isso poderia aumentar ainda mais a capacidade de combate dos F-16, permitindo maior resistência contra ataques massivos de drones.
O APKWS II já provou sua versatilidade como armamento, sendo utilizado não apenas em combates ar-ar, mas também em ataques superfície-superfície e defesa aérea de curto alcance. Há estudos para equipar os foguetes com sensores infravermelhos passivos, o que poderia expandir ainda mais sua aplicação contra alvos aéreos. Além dos F-16, outras aeronaves como AV-8B Harrier, A-10 Warthog, F/A-18 Hornet e helicópteros AH-1Z, UH-1Y e MH-60 já estão certificadas para utilizar o sistema.
O uso crescente dos foguetes APKWS II no combate aéreo sugere uma mudança tática significativa da Força Aérea dos EUA, demonstrando como soluções de baixo custo e alta precisão podem ser decisivas em conflitos modernos contra ameaças assimétricas, como as enfrentadas atualmente no Oriente Médio.