Exército dos EUA acelera desenvolvimento de míssil antiaéreo portátil revolucionário para substituir o Stinger e enfrentar drones e caças inimigos com tecnologia de última geração

O Exército dos Estados Unidos está cada vez mais próximo de substituir o lendário míssil antiaéreo portátil FIM-92 Stinger. A empresa Raytheon, divisão da RTX, anunciou que completou com sucesso dez demonstrações de subsistemas para o programa Next-Generation Short-Range Interceptor (NGSRI), que visa desenvolver um novo sistema de defesa aérea de curto alcance. A informação foi divulgada pelo portal TWZ.
Entre os principais avanços, a Raytheon destacou que o novo míssil apresentou um sistema de busca (seeker) capaz de identificar alvos a uma distância muito maior do que o Stinger, tanto em laboratório quanto em testes ao ar livre. Além disso, o motor do foguete mostrou maior alcance para interceptação de alvos em movimento, um requisito fundamental para a defesa aérea moderna.
Outro componente testado foi o comando de lançamento (Command Launch Assembly – CLA), responsável pela interface de disparo. Segundo a empresa, o novo CLA permitiu aos operadores detectar e identificar alvos aéreos com mais eficiência, mesmo em ambientes de baixa visibilidade. O sistema de ogiva também foi avaliado e demonstrou uma letalidade precisa e consistente contra diferentes ameaças aéreas.
Além desses quatro subsistemas principais, outros seis testes foram conduzidos para avaliar rastreamento, guiamento, controle aerodinâmico, fusão, segurança e outras funções essenciais do míssil. O desempenho positivo nos testes abre caminho para a próxima fase do programa, na qual soldados e fuzileiros navais dos EUA poderão testar protótipos do novo sistema em operações de treinamento.
O projeto NGSRI é considerado uma necessidade estratégica, especialmente após o envio de milhares de mísseis Stinger para a Ucrânia, reduzindo o estoque norte-americano. O conflito em território ucraniano também evidenciou a crescente ameaça de drones no campo de batalha, tornando essencial um sistema de defesa aérea mais avançado e adaptado às novas realidades da guerra moderna.
O Stinger tem sido um elemento crucial da defesa aérea dos EUA desde sua introdução na década de 1980, mas a obsolescência de seus sistemas eletrônicos e a crescente complexidade dos alvos atuais levaram o Exército a buscar uma solução mais moderna. A expectativa inicial era que o novo míssil estivesse em produção até o ano fiscal de 2027.
A concorrência pelo contrato do NGSRI envolve as gigantes da defesa Raytheon e Lockheed Martin. O Exército planeja realizar um período de desenvolvimento de dois anos para fabricar um número reduzido de mísseis e, em seguida, promover uma disputa entre os modelos concorrentes. A partir dessa competição, será decidido qual deles avançará para a fase de prototipagem e produção em escala reduzida até 2028.
Além de ser portátil para ser utilizado por soldados, o novo míssil também poderá ser integrado a veículos militares, como o Avenger, um sistema de defesa montado em Humvees. Isso garantirá maior flexibilidade operacional e permitirá sua implementação em diferentes cenários de combate.
Embora ainda não se saiba exatamente quais tecnologias do Stinger foram incorporadas ao novo sistema, a Raytheon afirma que sua solução oferecerá uma combinação de alta eficácia, baixo risco e produção em grande escala. A primeira demonstração de voo do novo míssil está prevista para ocorrer ainda este ano.