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Exército dos EUA acelera desenvolvimento de míssil antiaéreo portátil revolucionário para substituir o Stinger e enfrentar drones e caças inimigos com tecnologia de última geração

por Alves Publicado em 18/02/2025
Exército dos EUA acelera desenvolvimento de míssil antiaéreo portátil revolucionário para substituir o Stinger e enfrentar drones e caças inimigos com tecnologia de última geração

O Exército dos Estados Unidos está cada vez mais próximo de substituir o lendário míssil antiaéreo portátil FIM-92 Stinger. A empresa Raytheon, divisão da RTX, anunciou que completou com sucesso dez demonstrações de subsistemas para o programa Next-Generation Short-Range Interceptor (NGSRI), que visa desenvolver um novo sistema de defesa aérea de curto alcance. A informação foi divulgada pelo portal TWZ.

Entre os principais avanços, a Raytheon destacou que o novo míssil apresentou um sistema de busca (seeker) capaz de identificar alvos a uma distância muito maior do que o Stinger, tanto em laboratório quanto em testes ao ar livre. Além disso, o motor do foguete mostrou maior alcance para interceptação de alvos em movimento, um requisito fundamental para a defesa aérea moderna.

Outro componente testado foi o comando de lançamento (Command Launch Assembly – CLA), responsável pela interface de disparo. Segundo a empresa, o novo CLA permitiu aos operadores detectar e identificar alvos aéreos com mais eficiência, mesmo em ambientes de baixa visibilidade. O sistema de ogiva também foi avaliado e demonstrou uma letalidade precisa e consistente contra diferentes ameaças aéreas.

US Army pursues faster, more survivable Stinger missile replacement

Além desses quatro subsistemas principais, outros seis testes foram conduzidos para avaliar rastreamento, guiamento, controle aerodinâmico, fusão, segurança e outras funções essenciais do míssil. O desempenho positivo nos testes abre caminho para a próxima fase do programa, na qual soldados e fuzileiros navais dos EUA poderão testar protótipos do novo sistema em operações de treinamento.

O projeto NGSRI é considerado uma necessidade estratégica, especialmente após o envio de milhares de mísseis Stinger para a Ucrânia, reduzindo o estoque norte-americano. O conflito em território ucraniano também evidenciou a crescente ameaça de drones no campo de batalha, tornando essencial um sistema de defesa aérea mais avançado e adaptado às novas realidades da guerra moderna.

O Stinger tem sido um elemento crucial da defesa aérea dos EUA desde sua introdução na década de 1980, mas a obsolescência de seus sistemas eletrônicos e a crescente complexidade dos alvos atuais levaram o Exército a buscar uma solução mais moderna. A expectativa inicial era que o novo míssil estivesse em produção até o ano fiscal de 2027.

A concorrência pelo contrato do NGSRI envolve as gigantes da defesa Raytheon e Lockheed Martin. O Exército planeja realizar um período de desenvolvimento de dois anos para fabricar um número reduzido de mísseis e, em seguida, promover uma disputa entre os modelos concorrentes. A partir dessa competição, será decidido qual deles avançará para a fase de prototipagem e produção em escala reduzida até 2028.

Além de ser portátil para ser utilizado por soldados, o novo míssil também poderá ser integrado a veículos militares, como o Avenger, um sistema de defesa montado em Humvees. Isso garantirá maior flexibilidade operacional e permitirá sua implementação em diferentes cenários de combate.

Embora ainda não se saiba exatamente quais tecnologias do Stinger foram incorporadas ao novo sistema, a Raytheon afirma que sua solução oferecerá uma combinação de alta eficácia, baixo risco e produção em grande escala. A primeira demonstração de voo do novo míssil está prevista para ocorrer ainda este ano.

Alves

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