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Execuções sumárias na Guerra da Ucrânia – o destino brutal de mercenários e prisioneiros de guerra

por Rafael Cavacchini Publicado em 21/02/2025 — Atualizado em 18/02/2025
Execuções sumárias na Guerra da Ucrânia – o destino brutal de mercenários e prisioneiros de guerra

Mercenários na Guerra da Ucrânia estão sendo executados? A seguir, tudo o que se sabe até agora.

A guerra na Ucrânia já ultrapassou qualquer limite de brutalidade. Se antes execuções sumárias eram rumores, agora há vídeos, relatos e investigações que confirmam o pior: prisioneiros estão sendo torturados e mortos, independentemente de seu status militar. Mas será que mercenários capturados têm um destino ainda pior?

Apesar de não haver provas diretas, no entanto, há inúmeros casos documentados de execuções sumárias de prisioneiros na guerra. Isso é verdade tanto por parte dos russos quanto dos ucranianos. E, quando se trata do Grupo Wagner e de outras forças mercenárias, o histórico não é nada animador.

Execuções e torturas na guerra da Ucrânia: o que já se sabe

De acordo com especialista Brent Cooper, que acompanha esses relatos e fala sobre isso na plataforma Quora, há episódios brutais. Cooper menciona o episódio de um mercenário russo sendo morto com uma marreta. Trata-se de um método macabro que se tornou um símbolo de punição sobretudo dentro do Grupo Wagner. O caso mais famoso foi o de Yevgeny Nuzhin, um ex-presidiário recrutado pela organização, que tentou desertar para a Ucrânia e acabou sendo executado diante das câmeras.

Além disso, há vídeos de soldados russos baleando prisioneiros ucranianos e relatos de tortura, incluindo choques elétricos e mutilação. Um dos casos mais chocantes envolveu um soldado ucraniano que foi castrado antes de ser morto.

E a distinção entre soldados regulares e mercenários? Na prática, parece não existir. Capturado é capturado, e, no caos da guerra, os inimigos não perdem tempo analisando contratos de serviço antes de decidir quem vive ou morre.

Um mercenário vale menos que um soldado regular?

A grande questão sobre mercenários é que eles não estão protegidos pelas mesmas regras da Convenção de Genebra. As regras se aplicam somente a combatentes regulares. Então, teoricamente, mercenários podem receber o status de criminosos comuns e não prisioneiros de guerra. Mas, na prática, essa distinção raramente tem impacto no destino final dos capturados.

Se há um fator que pode agravar a situação dos mercenários, é sobretudo o ódio mútuo entre combatentes da Guerra da Ucrânia. Tanto os russos quanto os ucranianos enxergam essas forças como “traidores” ou “assassinos pagos”. Assim, esse fato pode levá-los a um destino ainda pior. Mas isso não significa que soldados regulares estejam em situação melhor.

O que essa guerra vem mostrando é que, seja mercenário ou militar, ninguém pode contar com um tratamento humanitário após a captura. A diferença é que alguns morrem na frente das câmeras – e outros simplesmente desaparecem.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.