Crime na floresta: Exército desmantela acampamentos e reforça proteção Yanomami

Destacamento Especial de Fronteira de Waikás inicia patrulha com destruição de garimpo e apreensões
O combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) ganhou um reforço de peso do Exército Brasileiro! Por meio do Comando Conjunto da Operação Catrimani II, o Exército realizou nesta sexta-feira (14) a primeira patrulha do recém-ativado Destacamento Especial de Fronteira (DEF) de Waikás. A unidade, inaugurada no dia 30 de janeiro, tem a missão de combater atividades criminosas, proteger o meio ambiente e garantir a segurança das comunidades indígenas.
E não demorou para mostrar resultados! Em uma patrulha intensa, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Casa de Governo de Roraima, os militares cobriram cerca de 90km do Rio Uraricoera. Por lá, encontraram uma base ilegal de garimpo. O desfecho? Uma operação de impacto, com a destruição de infraestrutura clandestina e apreensões que afetam diretamente o funcionamento das quadrilhas de mineradores ilegais.
Garimpo destruído! O que foi apreendido?
A operação desmontou dois acampamentos clandestinos e apreendeu:
- Cinco motores usados para dragagem do rio;
- Um gerador e um painel solar de LED;
- Duas embarcações utilizadas para transporte de minérios;
- Um dispositivo de internet via satélite (prova de que os garimpeiros estão cada vez mais tecnologicamente preparados);
- 100 litros de óleo diesel e 30 litros de gasolina;
- Uma tonelada de cassiterita, mineral valioso que financia a atividade ilegal;
- Materiais de mergulho e diversas ferramentas especializadas.
De acordo com o Tenente Fernandis, Comandante do DEF de Waikás, “essa primeira operação demonstrou a importância da unidade no Rio Uraricoera, facilitando as ações e contribuindo para a proteção da Amazônia”.
Mas e as polêmicas?
A Operação Catrimani II ocorre em meio a uma crescente pressão nacional e internacional para que o Exército aumente a proteção dos Yanomami. De acordo com relatórios, a área foi palco de uma crise humanitária sem precedentes em 2023 e 2024,. Há inclusive registros de desnutrição severa, doenças e contaminação por mercúrio devido ao garimpo desenfreado.
Apesar dos esforços das Forças Armadas, críticos apontam que operações pontuais como essa não são suficientes para eliminar o garimpo ilegal. Muitos alertam que os criminosos se reorganizam rapidamente após ações militares e que é necessário um plano de ocupação permanente na região.
Outra questão controversa é a repercussão política da missão. Enquanto o governo federal reforça que o combate ao garimpo é uma prioridade, alguns setores criticam o envolvimento prolongado das Forças Armadas em questões ambientais e indígenas. De acordo com os críticos, isso deveria ser papel exclusivo dos órgãos civis.
O próximo passo da Operação Catrimani II
A Operação Catrimani II faz parte de um plano mais amplo de combate ao crime na região, com atuação temporária das Forças Armadas. Sua renovação foi garantida pela Portaria GM-MD N° 5.831, de 20 de dezembro de 2024. Essa portaria estendeu a missão inicialmente estabelecida pela Portaria nº 1.511, de 26 de março de 2024.
Mas a grande pergunta permanece: será que o Exército conseguirá erradicar de vez o garimpo ilegal em terras Yanomami? Ou essa será apenas mais uma operação temporária que deixará a porta aberta para o retorno dos criminosos? A batalha pela preservação da Amazônia e dos povos indígenas está longe de acabar!
