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Com o VANT Albatroz, tecnologia 100% nacional, Brasil avança em defesa estratégica e transformará o NAM Atlântico no primeiro porta-drones da América Latina

por Sérvulo Pimentel Publicado em 27/02/2025
Com o VANT Albatroz, tecnologia 100% nacional, Brasil avança em defesa estratégica e transformará o NAM Atlântico no primeiro porta-drones da América Latina

O Brasil está mais perto de possuir um navio porta-drones, graças ao desenvolvimento do veículo aéreo não tripulado (VANT) Albatroz, projetado pela empresa brasileira Stella Tecnologia — produto 100% nacional. O drone, que será operado a partir do Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico (NAM Atlântico) da Marinha do Brasil, marca um avanço significativo nas capacidades de vigilância e controle marítimo do país.

A Stella Tecnologia foi fundada em 2015 e é referência no desenvolvimento, fabricação e operação de sistemas aéreos não tripulados de última geração, voltados para aplicações no setor de defesa e em indústrias que demandam soluções de alto desempenho e confiabilidade operacional.

Albatross: o drone brasileiro que decola de navios

Albatroz é uma plataforma aérea versátil, com 7 metros de envergadura e 4 metros de comprimento, capaz de operar por até 28 horas contínuas. Ele foi projetado para decolar e pousar em pistas improvisadas de menos de 150 metros, além de ser integrado ao convés do NAM Atlântico.

Drone Albatroz coloca Brasil na vanguarda da tecnologia militar naval.
Vigilância marítima ganha asas com o Albatroz. Drone brasileiro com 250 km de alcance promete ampliar capacidades estratégicas do NAM Atlântico (Foto: Stella Tecnologia)

Segundo o Zona Militar, o drone possui um motor de 22 hp e pode transportar uma carga útil de 5 a 55 kg, incluindo sensores optrônicos, radares avançados e até mesmo mísseis ou munições de precisão. Seu alcance de link de dados chega a 250 km, tornando-o uma ferramenta estratégica para missões de patrulha e reconhecimento.

Testes em solo e próximos passos

Antes de operar no navio, o Albatroz passou por uma série de testes no aeródromo da Fazenda Portobello, no Rio de Janeiro. Conforme o Info Defensa, a empresa realizou uma campanha de voo de três dias em janeiro para calibrar sistemas e coletar dados de telemetria.

Drone 100% brasileiro com 250 km de alcance promete ampliar capacidades estratégicas do NAM Atlântico. (Foto: Stella Tecnologia)

Durante os testes, foi identificada a necessidade de ajustes no trem de pouso, que não oferecia atrito suficiente para garantir a estabilidade durante decolagens e pousos. A Stella Tecnologia, responsável pelo projeto e fabricação do trem, já trabalha nas modificações necessárias.

Integração com o NAM Atlântico

O próximo passo será a integração do Albatroz com os sistemas do NAM Atlântico. O navio, que atualmente opera helicópteros, será adaptado para receber drones, ampliando suas capacidades operacionais.

“O cronograma prevê a continuidade dos testes de voo e pouso em pistas, seguidos pelos testes práticos no convés do navio”, destacou o canal Gigantes dos Mares. Essa operação será inédita para a Marinha do Brasil e colocará o país em um novo patamar tecnológico.

Um marco para a defesa nacional

O desenvolvimento do Albatroz e sua integração com o NAM Atlântico representam um avanço estratégico para o Brasil. Com autonomia de 28 horas e capacidade de transportar múltiplos sensores, o drone será fundamental para missões de vigilância marítima e reconhecimento em áreas de interesse estratégico.

“O Albatross é uma plataforma versátil e eficiente, projetada para operar tanto a partir de navios quanto de pistas improvisadas”, ressaltou o Zona Militar. A expectativa é que, em breve, o drone esteja totalmente operacional, consolidando o Brasil como um dos líderes em tecnologia de drones na América Latina.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel