Brasil alcança posição alarmante, 2º no ranking de exportação de cocaína: australianos consideram risco à segurança nacional

O Brasil atingiu um marco alarmante no cenário global. De acordo com um estudo do Australian Strategic Policy Institute (ASPI), o país se consolidou como o segundo maior player de cocaína do mundo, atrás apenas da Colômbia. O avanço de facções criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), tem preocupado autoridades internacionais, especialmente na Austrália, que se tornou um destino estratégico para essas organizações.
Expansão global do crime organizado brasileiro
O relatório, assinado pelo Tenente-Coronel Rodrigo Duton, oficial brasileiro e especialista em crime organizado transnacional, revela que as organizações criminosas brasileiras expandiram suas operações para além da América do Sul, consolidando rotas de tráfico para Europa, África e Oceania.
Desde 2017, o Primeiro Comando da Capital passou a operar como uma organização criminosa transnacional, desenvolvendo redes cada vez mais complexas de fornecimento de cocaína. Em 2019, as autoridades brasileiras apreenderam 25,3 toneladas de cocaína no Porto de Santos, com destino à Europa e África. Hoje, o Brasil se tornou o principal ponto de trânsito para o tráfico de cocaína na costa atlântica da América do Sul, com a lamentável marca de ter superado Argentina, Guiana, Suriname, Uruguai e Venezuela juntos.
Atualmente, o PCC conta com mais de 30.000 membros, distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, além de atuar em 23 outros países, entre América do Sul e Europa. A influência dessas facções sobre o tráfico de cocaína e outros crimes transnacionais tem sido um desafio crescente para as forças de segurança não somente brasileiras, mas também internacionais.
Brasil: um ponto estratégico no tráfico internacional de cocaína e outras drogas
Nos últimos anos, o Brasil se consolidou como um dos principais hubs logísticos do tráfico de cocaína. O Porto de Santos, em São Paulo, tem sido o maior ponto de saída da droga para mercados como Austrália, Hong Kong, Cingapura e Indonésia.
A infraestrutura portuária brasileira, aliada à corrupção e à fiscalização considerada deficiente, tem facilitado o envio de grandes quantidades de cocaína para o exterior. De acordo com a Receita Federal, apenas em março de 2024, uma operação no Porto de Santos resultou na apreensão de diversos carregamentos de cocaína que tinham como destino a Ásia e a Oceania.
A ameaça global do PCC e do Comando Vermelho
O avanço das facções brasileiras preocupa muito as autoridades internacionais, especialmente porque essas organizações já operam de acordo com os critérios estabelecidos pela Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, assinada em 2004.
Os países signatários dessa convenção se comprometem a:
- Criminalizar a participação em organizações criminosas;
- Adotar leis mais rígidas contra lavagem de dinheiro, corrupção e obstrução da justiça;
- Estabelecer novos acordos de extradição e assistência jurídica mútua;
- Investir em treinamento e capacitação para fortalecer a cooperação entre as forças de segurança nacionais e internacionais.
Entretanto, conforme destaca o estudo, a região do Pacífico, incluindo a Papua-Nova Guiné, tem a menor taxa de adesão à convenção no mundo, o que dificulta o combate ao tráfico de cocaína na rota Brasil-Austrália.
Brasil: de um paraíso turístico ao epicentro do narcotráfico
A crescente influência do crime organizado brasileiro está manchando muito a imagem internacional do Brasil. Se antes o país era em grande parte conhecido por suas belezas naturais e cultura vibrante, hoje está cada vez mais associado ao tráfico de cocaína e à violência que ele gera. Uma notificação lamentável feita recentemente pela embaixada dos EUA no Brasil adverte turistas americanos a se preocupar muito com a violência nos grandes centros urbanos brasileiros.