O que o Exército vai fazer na Rodovia GO-213: Engenharia do Exército inicia mobilização para duplicar rodovia em meio a obras inacabadas

Neste mês de janeiro de 2025, o 4º Batalhão de Engenharia de Construção iniciou a mobilização de suas tropas para o Sul de Goiás, com a missão de duplicar a Rodovia GO-213. O trecho situa-se entre Caldas Novas e Morrinhos.
Parte da Operação Goiás, essa empreitada militar envolve um complexo deslocamento logístico. No entanto, apesar de ter como pano de fundo um projeto de infraestrutura importante, é mais uma oportunidade para exibir a potência das Forças Armadas no terreno da construção civil.
Logística pesada e mobilização de dezenas de homens
A operação envolve uma logística de 1.000 quilômetros. Além disso, contam com o apoio de comboios logísticos do 1º, 2º, 3º, 4º e 7º Batalhões de Engenharia de Construção. Também haverá a instalação de uma Base Militar Modular para 160 homens. Ao todo, o esforço mobiliza máquinas pesadas, equipamentos e viaturas.
No papel, tudo parece bem coordenado, com a promessa de entregar mais uma rodovia duplicada. A rodovia deve, teoricamente, impulsionar a economia e melhorar a segurança no transporte.

A Operação Goiás serve também como “treinamento” para a tropa. No entanto, a intenção de adestrar as tropas em terraplanagem e pavimentação de vias poderia ser admirável, não fosse o fato de que, enquanto o Exército se engaja em obras rodoviárias, outras obras essenciais continuam paradas ou são negligenciadas.
Além disso, o projeto é uma clara demonstração de como a construção de infraestrutura de importância estratégica, como essa rodovia, tem se tornado cada vez mais um reflexo do militarismo no Brasil. Essa obra ilustra, sobretudo, a estreita relação entre obras de grande escala e interesses políticos.