Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Operação Scream Fake da Polícia Civil de SP descobre que PCC se utilizava de ONGs para manipular políticas do sistema prisional brasileiro

por Rodney Idankas Publicado em 25/01/2025
Operação Scream Fake da Polícia Civil de SP descobre que PCC se utilizava de ONGs para manipular políticas do sistema prisional brasileiro

O PCC (Primeiro Comando da Capital), que nasceu em São Paulo, tem utilizado ONGs como fachada para suas operações ilegais no sistema penitenciário brasileiro. Essa estratégia permite à facção criminosa influenciar políticas públicas e desestabilizar o sistema de justiça criminal, segundo apuração da EBC. Materiais apreendidos pela Polícia Civil na operação Scream Fake, analisados na 6ª feira (24.jan.2024), mostraram vínculos da facção criminosa PCC com dirigentes e advogados de uma ONG (organização não governamental) que atuava na defesa de mudanças do sistema penitenciário brasileiro, noticiou o Poder 360.

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo descobriram essa tática durante a operação Scream Fake. As autoridades cumpriram 12 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra membros de uma ONG suspeita de envolvimento com o PCC, segundo informações do SBT News.

As investigações revelaram que a ONG em questão foi criada e mantida pela facção criminosa. Essa organização atuava como parte do chamado “setor de reivindicações” do PCC, responsável por promover ações judiciais ilegítimas e manifestações populares – sao informações do O GLOBO.

O objetivo era manipular o sistema

O objetivo dessas ações era desestabilizar o sistema de justiça criminal e manipular a opinião pública contra o poder estatal. A ONG organizava protestos e apresentava denúncias infundadas sobre supostos abusos no sistema penitenciário.

Além disso, a facção utilizava a ONG para contratar profissionais de saúde, como médicos e dentistas, para atender membros de alto escalão do PCC nas prisões. Esses profissionais muitas vezes desconheciam sua ligação com o crime organizado.

A operação Scream Fake também descobriu que advogados ligados à ONG gerenciavam outros departamentos da organização criminosa, como o setor de saúde. Eles selecionavam e contratavam profissionais para realizar até mesmo procedimentos estéticos em presidiários.

O financiamento dessas atividades vinha de recursos obtidos através de práticas criminosas, intermediados pelo setor financeiro do PCC. A ONG não captava recursos públicos ou privados, servindo apenas como fachada para as operações da facção.

Essa descoberta ressalta a necessidade de maior regulação e fiscalização das ONGs que atuam no sistema penitenciário. A falta de controle tem permitido que organizações criminosas se infiltrem em instituições legítimas para promover seus interesses ilegais

Rodney Idankas

Rodney Idankas

Rodney Idankas é graduadoem Direito e aprovado no exame da OAB. Produtor de conteúdo digital.