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Disney abandona agenda “woke” e busca reconquistar fãs: o que a gigante do entretenimento esta fazendo?

por Rafael Cavacchini Publicado em 25/01/2025
Disney abandona agenda “woke” e busca reconquistar fãs: o que a gigante do entretenimento esta fazendo?

Disney recua de agenda “woke” e busca reconquistar público: o que está por trás dessa decisão estratégica contra a chamada “lacração”?

A Disney, uma das maiores empresas de entretenimento do mundo, anunciou um movimento surpreendente em sua abordagem criativa contra a chamada agenda woke. Trata-se de um distanciamento das agendas sobretudo políticas e sociais que marcaram seus conteúdos nos últimos anos.

Sob a liderança de Bob Iger, CEO da companhia, a nova estratégia visa principalmente priorizar o entretenimento e restaurar a conexão com um público cada vez mais dividido por questões culturais e ideológicas. Mas o que levou a Disney a essa reavaliação de prioridades, e quais são as implicações desse reposicionamento para a indústria do entretenimento? Será o fim da “lacração”?

Um retorno ao foco no entretenimento

Bob Iger, em várias declarações públicas, deixou claro que a Disney buscará afastar-se de controvérsias políticas e culturais para se concentrar no que sempre foi seu principal objetivo: entreter. Durante a reunião anual de acionistas, realizada em abril de 2024, Iger afirmou que o papel da empresa é “entreter, antes de tudo”. Além disso, o CEO afirmou que “não é trabalho da Disney promover qualquer tipo de agenda”. Essa mudança de postura reflete uma tentativa sobretudo de abordar críticas de diferentes segmentos da sociedade e reorientar o foco da companhia.

CEO da Disney Bob Iger ao lado do icônico Mickey Mouse: fim da agenda "woke" provoca polêmicas.
CEO da Disney Bob Iger ao lado do icônico Mickey Mouse: fim da agenda “woke” provoca polêmicas. Foto: Divulgação

Ao longo de 2023 e 2024, Iger reforçou essa mensagem em outros momentos. Em um evento da DealBook, o CEO destacou que “os criadores perderam de vista qual deveria ser seu objetivo número um: entreter.” Iger usou exemplos de sucessos como Pantera Negra e Coco para mostrar que é possível abordar temas inclusivos sem comprometer a diversão e a qualidade da narrativa.

Conflitos e perdas: a batalha com a Flórida

Parte do reposicionamento da Disney também é uma resposta às controvérsias que envolveram a empresa nos últimos anos. Um exemplo marcante foi o confronto com o governador da Flórida, Ron DeSantis, relacionado à chamada lei “Don’t Say Gay”. O conflito culminou na perda do status tributário especial da Disney no estado, o que gerou prejuízos financeiros e manchou sua reputação.

Além disso, a inclusão de personagens LGBTQ+ em produções como Lightyear e Elemental enfrentou reações polarizadas, assim como a escolha de uma atriz negra para interpretar Ariel no remake de A Pequena Sereia. Críticos, especialmente em círculos conservadores, acusaram a Disney de priorizar uma “agenda woke”, em detrimento do entretenimento. A empresa, por sua vez, defendeu as decisões como parte de seu compromisso com a diversidade e inclusão.

Com a nova estratégia, mudanças já começaram a ser implementadas. Um exemplo é a decisão de descartar um enredo com um personagem trans na série animada Win or Lose. De acordo com Iger, a prioridade será evitar narrativas que possam dividir o público, enquanto elementos culturais e sociais continuarão a ser integrados de forma mais cautelosa.

Sob a liderança de Bob Iger, o equilíbrio entre entretenimento e inclusão pode ser a chave para um futuro mais sólido e conectado com seu público.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.