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Revelada estratégia do Pentágono ‘antidrone’ em resposta a aparições na Virgínia e no Reino Unido: Conheça os cinco pilares fundamentais da nova estratégia contra drones

por Sérvulo Pimentel Publicado em 09/12/2024
Revelada estratégia do Pentágono ‘antidrone’ em resposta a aparições na Virgínia e no Reino Unido: Conheça os cinco pilares fundamentais da nova estratégia contra drones

O Pentágono acaba de divulgar um plano secreto para combater a crescente ameaça de drones, que já invadiram bases militares americanas e até o espaço aéreo britânico. A nova estratégia, que mira desde pequenos drones até modelos mais sofisticados, é um reconhecimento de que a guerra dos drones já chegou aos nossos portões.

A nova estratégia antidrone marca um importante passo no enfrentamento das ameaças crescentes representadas por drones, mas também ressalta um atraso histórico na preparação contra esses perigos. A iniciativa surge em meio a preocupações crescentes sobre o uso de sistemas aéreos não tripulados por estados, grupos não estatais e até mesmo amadores.

O Departamento de Defesa reconhece os desafios impostos pela “democratização” do ataque de precisão promovida por drones de baixo custo. A nova estratégia busca enfrentar essa ameaça crescente, que é alimentada por inovações em inteligência artificial e autonomia.

Contexto e incidentes recentes

Casos recentes, como incursões de drones na Base Aérea de Langley, na Virgínia, e em instalações no Reino Unido, deixaram clara a necessidade de ação coordenada. “Esses incidentes revelaram a dificuldade de resposta eficaz às ameaças em ambiente doméstico”, afirmou um oficial.

Sistemas antidrones em exibição no evento de demonstração Falcon Peak 2025 no início deste ano. Estratégia inclui tecnologias de ponta e coordenação internacional para proteger alvos críticos. (Foto: Reprodução/The War Zone)

Principais iniciativas da nova estratégia

A nova abordagem se apoia em esforços como o Joint Counter-small Unmanned Aircraft Systems Office (JCO), criado em 2020, e o programa Replicator 2, que visa acelerar a aquisição de tecnologias antidrone. Entre os destaques da estratégia estão:

  1. Defesa em camadas – Uso de sensores avançados, como radares ativos e passivos, aliados a tecnologias cinéticas e não cinéticas, incluindo armas de energia direcionada, como lasers e micro-ondas.
  2. Resiliência estratégica – Desenvolvimento de forças futuras capazes de operar em cenários de ameaças complexas.
  3. Ação coordenada – Novas funções para o NORTHCOM e o INDOPACOM, garantindo respostas ágeis e integradas.

Cinco pilares estratégicos

O informativo do Pentágono detalha cinco pilares estratégicos:

  1. Aprofundar a compreensão das ameaças de drones, melhorando a detecção e o rastreamento.
  2. Interromper redes de ameaças, lançando campanhas coordenadas contra a proliferação de sistemas não tripulados.
  3. Fortalecer defesas ativas e passivas, adaptando o combate aos drones como elemento central da estratégia militar.
  4. Entregar soluções rapidamente, priorizando tecnologias escaláveis e de fácil integração com aliados.
  5. Projetar uma força futura resiliente, incorporando o combate a drones na doutrina e treinamento das forças armadas.

Tecnologias e capacidades

O Pentágono pretende adotar um sistema de defesa em camadas, com sensores avançados e uma combinação de métodos cinéticos (como mísseis Hellfire e armas de energia direcionada) e não cinéticos (guerra eletrônica). Sistemas como o Coyote da Raytheon e o Roadrunner da Anduril foram mencionados como soluções eficazes.

Desafios e diferenciação

Uma grande dificuldade, segundo informa The War Zone, está na adaptação das capacidades antidrone para o uso doméstico, onde restrições legais limitam o escopo de atuação. A abordagem também precisa considerar diferentes tipos de ameaças, desde pequenos drones comerciais até sistemas avançados empregados em conflitos como na Ucrânia e em Israel.

 

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel