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Operação Perseu: Exército Brasileiro enfrenta enxurrada de críticas e deboche nas redes sociais; “Puro teatro”; “Não faz nada além de postar em redes sociais”

por Rafael Cavacchini Publicado em 06/12/2024
Operação Perseu: Exército Brasileiro enfrenta enxurrada de críticas e deboche nas redes sociais; “Puro teatro”; “Não faz nada além de postar em redes sociais”

O Exército Brasileiro recentemente destacou sua participação na Operação Perseu, o maior exercício militar de 2024.

De acordo com uma postagem oficial, o Comando de Defesa Antiaérea (Cmdo DAAe Ex) iniciou uma colaboração com a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Aviação do Exército. O treinamento contou com equipamentos de ponta, como o míssil guiado a laser RBS-70, o míssil portátil IGLA-S e os radares SABER M60. O objetivo era simular situações reais para testar sobretudo a capacidade de resposta da defesa aeroespacial do país. No entanto, houveram uma enxurrada de críticas à operação militar, sobretudo nas redes sociais.

Embora a iniciativa serviria para exibir a prontidão das Forças Armadas, a repercussão nas redes sociais foi amplamente negativa. Os internautas se demonstraram instatisfeitos com as prioridades militares em contraste principalmente com as demandas sociais.

Críticas a Operação Perseu: “Teatro Militar”

A publicação do Exército recebeu uma avalanche de críticas e sarcasmo. Internautas questionaram sobretudo a relevância dos exercícios diante de problemas como criminalidade e crises ambientais.

Internautas questionam papel do Exército Brasileiro em meio a crises internas. A Operação militar Perseu recebeu fortes críticas.
Internautas questionam papel do Exército Brasileiro em meio a crises internas, com fortes críticas à operação militar Perseu. Foto: Exército Brasileiro / Instagram / Reprodução

O internauta Marcelo Panizzi, por exemplo, expressou frustração: “Não conseguiram nem ajudar no desastre aqui no Sul, imagina na guerra.” Outros ironizaram a capacidade do equipamento militar. Flavio Farage comparou: “Igualzinho ao Iron Dome israelense!”. Já o usuário marcus.bissoli escreveu: “Sem munição, só teatro.”

Muitos usuários sugeriram que os recursos deveriam ser redirecionados para combater problemas internos.

Equipamentos: tecnologia ou obsolescência?

Entre os alvos de críticas à esta operação militar estava a utilização de mísseis RBS-70 e IGLA-S, que, embora eficazes, são obsoletos em comparação com sistemas de países tecnologicamente avançados. Usuários também questionaram se as Forças Armadas possuem munição suficiente para operar o arsenal apresentado.

Em tom crítico, o usuário Jeanclaud apontou: “Muito eficiente em 1914, onde os alvos eram aviões teco-teco! Quero ver acertar jatos hipersônicos.” Outro usuário destacou a disparidade: “Se for atacado por drones modernos, estamos em sérios apuros,” comentou Eduardo Santana.

Críticos também sugeriram que o Exército deve reavaliar sua abordagem. De acordo com alguns usuários, é necessário uma maior presença militar no combate ao crime organizado dentro das fronteiras brasileiras.

A crítica à Operação Perseu mais contundente veio de Silvana De Castro, que afirmou: “As grandes metópoles estão completamente invadidas pela criminalidade, e o Exército não faz outra coisa além de postar fotos e vídeos nos sociais.”

Embora a Operação Perseu se apresentou  como um marco na preparação militar do Brasil, sua recepção destacou um abismo entre a percepção pública e as prioridades das Forças Armadas. Em tempos de desafios internos significativos, as críticas servem sobretudo como um lembrete da necessidade de alinhamento entre as ações militares e as expectativas da sociedade civil.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.