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Mulheres no Serviço Militar: como será o Alistamento Feminino a partir de 2025?

por Rafael Cavacchini Publicado em 12/12/2024
Mulheres no Serviço Militar: como será o Alistamento Feminino a partir de 2025?

Alistamento Militar Feminino começa em 2025: tudo o que você precisa saber

Mais uma novidade para o próximo ano: a partir de 1º de janeiro, mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão se alistar voluntariamente nas Forças Armadas. O alistamento militar feminino certamente parece um grande avanço. No entanto, como tudo no Brasil, é bom olhar para os detalhes antes de celebrar.

As vagas: poucas e mal distribuídas

O Ministério da Defesa promete abrir 1,5 mil vagas iniciais. Isso pode parecer muito, mas, considerando o tamanho do Brasil e a expectativa criada em torno dessa iniciativa, é bastante provável que seja insuficiente. As vagas estarão distribuídas entre 28 municípios de 13 estados e o Distrito Federal. Serão 155 vagas para a Marinha, 1.010 para o Exército e 300 para a Aeronáutica. Para as candidatas, isso significa que a concorrência será alta, e a oportunidade dependerá, claro, de onde você mora.

Aeronáutica já forma mulheres oficiais desde 1996. Já a Marinha, desde 2014.
Aeronáutica já forma mulheres oficiais desde 1996. Já a Marinha, desde 2014. Foto: EsPCEx / Divulgação

As interessadas poderão se alistar pela internet ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar. A segunda opção, contudo, é apenas para quem mora nos municípios contemplados pelo Plano Geral de Convocação. Além disso, o alistamento militar feminino é restrito às mulheres que completarem 18 anos no próximo ano.

Documentos exigidos? Nada fora do comum. Certidão de nascimento, comprovante de residência e algum documento oficial com foto.

Uma transformação social?

De acordo com o contra-almirante André Gustavo Guimarães, subchefe de Mobilização da Defesa, o programa oferece uma chance de “transformação social”. Além disso, segundo ele, promove a qualificação da força de trabalho das Forças Armadas. “Elas vão poder entrar e conhecer as Forças, e participar de todo esse processo que implica em uma transformação do caráter da cidadã”, disse Guimarães.

Essa mudança recebeu autorização em agosto deste ano, e não é difícil imaginar as razões. Em um cenário global em que a equidade de gênero é cada vez mais cobrada, o Brasil finalmente deu esse passo. Mas, claro, não sem críticas. Algumas vozes já questionam se o número limitado de vagas e a logística restrita realmente representam um avanço significativo.

Além disso, há quem veja no alistamento militar feminino uma forma de reforçar a presença das mulheres em áreas tradicionalmente masculinas, o que seria positivo. Mas será que o Brasil está preparado para garantir igualdade de oportunidades dentro das Forças?

Alistamento Militar Feminino finalmente chega ao Brasil.
Alistamento Militar Feminino finalmente chega ao Brasil. Foto: Divulgação / EsPCEx

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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.