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Importante marco para o futuro da defesa naval brasileira: 1ª vez na história em que 3 fragatas são construídas ao mesmo tempo. Cunha Moreira poderá atingir 47 km/h e terá hangar para helicóptero, sensores e armamentos

por Campos Publicado em 18/12/2024
Importante marco para o futuro da defesa naval brasileira: 1ª vez na história em que 3 fragatas são construídas ao mesmo tempo. Cunha Moreira poderá atingir 47 km/h e terá hangar para helicóptero, sensores e armamentos

O governo comemorou o início da construção da Fragata Cunha Moreira (F202), a 3ª das 4 fragatas previstas no Programa Fragatas Classe Tamandaré. O start aconteceu no dia 13 de novembro, quando foi realizado o corte da 1ª chapa de aço da F202.

Segundo o governo, isso foi possível devido ao investimento de R$ 1 bilhão do novo PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).

Esta é a primeira vez na história em que 3 fragatas são construídas ao mesmo tempo em território brasileiro, com alto índice de conteúdo local.

A previsão é de que a Cunha Moreira seja lançada no mar em 2026 e incorporada à Marinha em 2028. Ela poderá atingir 25 nós (47 km/h), tem 107 metros de comprimento e é dotada de hangar de helicóptero, radares, sensores e armamentos. A fragata tem deslocamento de até 3.465 toneladas.

Lançado em 2017, o Programa Fragatas Classe Tamandaré tem o objetivo de modernizar os meios navais da Marinha e, de quebra, nacionalizar os sistemas utilizados e capacitar empresas brasileiras na produção, manutenção e modernização dos recursos usados ao longo do ciclo de vida dos navios.

Fragatas sob suspeição do TCU

O custo do ciclo de vida das Fragatas é justamente o alvo de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) divulgada recentemente. A análise concluiu que “deficiências significativas” na estimativa desses custos “prejudicam a viabilidade do investimento” do programa. 

Segundo a auditoria, solicitada pela própria Marinha em 2019, há falta de abrangência, precisão e documentação na estimativa de custos. 

O material da área técnica foi avaliado por ministros da Corte de Contas da União e eles entenderam que pode haver “insuficiência de recursos para o financiamento do programa, levando à redução de escopo, alongamento de cronograma, aumento de custos ou realocações de recursos de outros programas da Marinha”.

Weder de Oliveira, ministro substituto e relator do caso no TCU, recomendou que a Força Naval seja comunicada com o objetivo de “garantir a exatidão, confiabilidade e transparência das informações que fundamentam as decisões estratégicas e o planejamento”. Todos os ministros acompanharam o voto do relator. 

Em 2017 o TCU já havia recomendado ao então ministro da Defesa que condicionasse o início de novos projetos de investimentos a estudos de viabilidade que demonstrem possibilidade de execução dos seus cronogramas físico-financeiros pra evitar prejuízos.

 

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.