Crise política na Coreia do Sul vira alerta global: Coreia do Norte, Rússia e China acompanham de perto desestabilização em país estratégico para os EUA.

Uma noite de agitação política abalou a Coreia do Sul, um dos principais aliados democráticos dos Estados Unidos na Ásia, gerando preocupação em Washington e repercussões em toda a região. O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol declarou lei marcial na noite de terça-feira (4), surpreendendo o país com uma medida drástica que foi rapidamente revogada após ampla oposição política e protestos nas ruas de Seul.
O decreto, que Yoon justificou como necessário para proteger a “ordem constitucional da democracia liberal” contra supostas ameaças de “forças anti-estado”, foi amplamente criticado como um ataque à vibrante democracia sul-coreana. Manifestantes pediram sua renúncia, enquanto líderes políticos de diferentes espectros condenaram a ação como um passo autoritário.
Nos Estados Unidos, a decisão repentina pegou o governo de surpresa, preocupando estrategistas militares e políticos. Com cerca de 30 mil soldados estacionados na Coreia do Sul, incluindo sua maior base militar no exterior, Washington considera o país um pilar de estabilidade na Ásia, especialmente diante de ameaças da Coreia do Norte e crescentes tensões com a China.
A aliança entre EUA e Coreia do Sul é vista como essencial para a paz na região. Porém, o episódio lança dúvidas sobre a previsibilidade do governo sul-coreano em um momento crítico, em que o presidente norte-americano Joe Biden tem trabalhado para fortalecer laços entre Seul, Washington e Tóquio. A cúpula histórica realizada em Camp David, em 2023, destacou a importância dessa parceria estratégica diante de desafios crescentes na região.
Enquanto a situação política em Seul evolui, líderes em Pyongyang, Pequim e Moscou observam atentamente os desdobramentos. A Coreia do Norte, conhecida por explorar momentos de instabilidade em seu vizinho do sul, pode usar a crise política a seu favor. Kim Jong Un já demonstrou no passado sua disposição de realizar testes de armas em momentos de fragilidade política na Coreia do Sul.
A China e a Rússia, por sua vez, têm se mostrado contrárias à presença militar dos EUA na Ásia e podem interpretar a crise como uma oportunidade de minar a influência americana na região. Pequim já expressou irritação com os esforços de Washington para consolidar alianças na Ásia, enquanto Moscou mantém alinhamento estratégico com Pyongyang.
Especialistas alertam que a crise interna pode comprometer a cooperação da Coreia do Sul com aliados no cenário internacional. A participação de Seul no apoio à Ucrânia contra a invasão russa e sua postura firme contra o programa nuclear norte-coreano são cruciais no contexto global atual, mas podem ser impactadas pelas divisões políticas internas.
Com protestos em andamento e incertezas sobre a liderança de Yoon Suk Yeol, a situação na Coreia do Sul continua sendo um ponto de tensão geopolítica. O impacto do episódio, tanto no cenário doméstico quanto nas relações internacionais, pode ter repercussões significativas nos próximos meses.
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