Crise global de semicondutores: Brasil é arrastado para a batalha de gigantes entre EUA e China

A crise dos semicondutores e minerais estratégicos acendeu mais um foco de tensão entre os Estados Unidos e a China, deixando o futuro presidente norte-americano, Donald Trump, em uma posição complicada antes mesmo de sua posse oficial. Em uma decisão que tem o potencial de causar prejuízos bilionários à economia dos EUA, o governo chinês anunciou a proibição de exportação de minerais essenciais para a produção de componentes de alta tecnologia, incluindo sistemas militares e inteligência artificial. O Brasil, como parte do BRICS, também foi envolvido na disputa, reforçando o papel do grupo na nova ordem mundial.
Minerais estratégicos na mira da disputa
Os minerais sensíveis, conhecidos como “minerais estratégicos”, são cruciais para a produção de chips eletrônicos, mísseis e foguetes. Segundo fontes da mídia norte-americana, mais de 20 mil componentes utilizados em armamentos estão comprometidos devido à interrupção no fornecimento desses materiais pela China. Essa é uma resposta direta às ameaças de Trump, que prometeu taxar em até 100% produtos oriundos de países do BRICS e da União Europeia, buscando conter o avanço econômico chinês e de outros emergentes, incluindo o Brasil.
Impactos no Brasil e no BRICS
Como um dos maiores exportadores para os Estados Unidos, o Brasil também se encontra no centro da disputa. Produtos brasileiros podem enfrentar barreiras comerciais mais rigorosas, prejudicando setores como o agronegócio e a indústria. Em resposta, o Brasil tem fortalecido laços com a China e outros membros do BRICS, como índice de solidariedade frente às medidas protecionistas anunciadas por Trump. A aliança entre Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul busca criar alternativas ao mercado norte-americano e reduzir a dependência de um parceiro considerado cada vez mais imprevisível.

Corrupção interna agrava crise nos EUA
Nos Estados Unidos, a crise dos minerais estratégicos também expõe fragilidades internas. Investigações em curso revelaram casos de superfaturamento na indústria de defesa, como o de um parafuso vendido por 100 vezes o seu custo real. Esse cenário de desperdício financeiro, combinado com a dependência de insumos estrangeiros, intensifica a vulnerabilidade norte-americana diante das restrições impostas pelo presidente chinês Xi Jinping.
China aproveita momento crítico
O governo chinês, aliás, aproveitou a tensão crescente para consolidar sua posição de líder global na produção de minerais estratégicos. Com o controle de grande parte do mercado mundial desses materiais, Pequim tem ampliado as restrições de exportação para os Estados Unidos, dificultando os esforços de Trump em retaliação. Essa estratégia também visa fortalecer laços com outros parceiros comerciais, como a União Europeia e países emergentes.
Futuro incerto para a indústria militar
A restrição chinesa já resultou no cancelamento de diversos projetos de alta tecnologia nos Estados Unidos, incluindo sistemas militares sensíveis. Mesmo com o maior orçamento militar do mundo, Washington enfrenta dificuldades para financiar alternativas e suprir a falta de materiais. Trump prometeu tratar o tema como prioridade em sua gestão, mas os desafios são consideráveis, incluindo a necessidade de reorganizar cadeias produtivas e combater a corrupção.