Blindado M3 Stuart da Segunda Guerra “sobrevive” a colisão em frente ao 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado

Na manhã do último domingo, um episódio tão inusitado quanto cinematográfico chamou atenção em frente ao 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, às margens da BR-232, em Pernambuco. Uma Ecosport, que havia acabado de se envolver em uma colisão com uma motocicleta na rodovia, perdeu o controle e acertou em cheio um antigo blindado M3 Stuart, relíquia da Segunda Guerra Mundial, que serve de monumento no local.
O desfecho surreal começou com uma manobra brusca de troca de faixa, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que resultou na colisão lateral entre os dois veículos. O motociclista, que não possuía habilitação, caiu da moto e sofreu ferimentos leves. No carro, o motorista — que recusou o teste do bafômetro — e uma criança de nove anos também ficaram levemente feridos.
O blindado, símbolo histórico, resistiu ao impacto praticamente sem danos, mas a cena causou perplexidade nos militares da unidade e nos motoristas que passavam pela rodovia. O incidente, que por pouco não terminou em tragédia, reforça os perigos de imprudência nas estradas brasileiras — e rendeu ao velho M3 Stuart um status inesperado de “vítima” de acidentes contemporâneos.

Histórico do 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada: O Esquadrão Forte das Cinco Pontas
O 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, conhecido como Esquadrão Forte das Cinco Pontas, foi criado em 1947 como a primeira unidade mecanizada da Cavalaria nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Originalmente chamado de 7º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado, passou por diversas mudanças de sede, sendo transferido para o Forte das Cinco Pontas em 1948 e, posteriormente, para sua localização atual na BR-232, em 1976. A designação atual foi adotada em 1979, homenageando a ligação histórica com o Forte das Cinco Pontas, um marco da resistência pernambucana e da história militar brasileira.
O Forte das Cinco Pontas, erguido pelos holandeses em 1630, desempenhou papel estratégico na proteção do Recife e no abastecimento de água potável. Reformado pelos portugueses no século XVII, teve sua forma reduzida para quatro pontas, mas manteve o nome original. Além de servir como fortaleza, o local abrigou uma prisão e foi palco de eventos históricos, como a rendição holandesa em 1654 e a execução de Frei Caneca em 1825. Hoje, preserva sua arquitetura colonial e resgata parte importante da história pernambucana.
Com informações de Montedo e Francisco Miranda BLOG