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Tribunal Penal Internacional ordena prisão de Netanyahu e de líder do Hamas por Crimes de Guerra; “órgão político tendencioso” acusa Primeiro-Ministro israelense

por Rafael Cavacchini Publicado em 21/11/2024
Tribunal Penal Internacional ordena prisão de Netanyahu e de líder do Hamas por Crimes de Guerra; “órgão político tendencioso” acusa Primeiro-Ministro israelense

O Tribunal Penal Internacional (TPI) determinou a prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e do líder do Hamas, Mohammed Deif.

As acusações são de crimes de guerra e contra a humanidade. A decisão histórica, divulgada nesta quinta-feira (21), também inclui o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, recentemente afastado.

Os mandados de prisão, válidos para os 124 países signatários do TPI, como o Brasil, exigem que essas nações detenham os acusados caso entrem em seus territórios. A medida simboliza sobretudo um marco jurídico internacional em meio ao acirramento do conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

Acusações contra Israel e Hamas

O TPI encontrou “motivos razoáveis” para responsabilizar Netanyahu e Gallant por crimes de guerra. As acusações vão desde “indução à fome como método de guerra”, até homicídios e perseguições contra civis.

Por outro lado, Mohammed Deif, líder militar do Hamas, foi acusado de múltiplos crimes. O TPI acusa Deif de “extermínio de povo”, sequestros, tortura, estupro e atos de violência sexual. Esses últimos estão principalmente ligados ao massacre de 7 de outubro, que resultou em centenas de mortes em Israel.

A Procuradoria destacou que ambos os lados violaram o direito internacional sobretudo ao atacarem civis deliberadamente. De acordo com o procurador-chefe do TPI, Karim Khan, “[é preciso] demonstrar que o direito internacional humanitário se aplica igualmente a todas as partes envolvidas em conflitos.”

Reações de Israel e do Hamas

Benjamin Netanyahu classificou a decisão como “antissemita“. De acordo com o premiê, “nenhuma resolução anti-Israel impedirá nosso país de proteger seus cidadãos. Essa decisão é um ataque político e motivado por ódio.” Além disso, Netanyahu atacou o procurador Karim Khan, mencionando uma investigação por conduta sexual inadequada contra ele.

Posteriormente, outros líderes políticos em Israel, como o ex-primeiro-ministro Yair Lapid e Naftali Bennett, também condenaram o TPI.

Já o Hamas celebrou a decisão como um passo histórico, mas criticou a equiparação entre seus atos e os de Israel. De acordo com o líder político do grupo, Izzat al Rishq, “esta decisão expõe a verdadeira face terrorista de Israel. Apelamos a todos os países para que colaborem com o TPI.”

No entanto, o grupo também rejeitou as acusações contra seus líderes, considerando-as injustas.

A Holanda foi o único país signatário a se manifestar até agora, comprometendo-se a deter Netanyahu se ele entrar em seu território.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.