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O país vizinho está cada vez mais armado: primeiro foram os caças F-16, e agora, a Marinha argentina está pronta para receber os novos submarinos classe Scorpene

por Noel Budeguer Publicado em 08/10/2024
O país vizinho está cada vez mais armado: primeiro foram os caças F-16, e agora, a Marinha argentina está pronta para receber os novos submarinos classe Scorpene

De acordo com as informações publicadas por Zona Militar, as negociações em andamento entre a Marinha da Argentina e a França parecem estar avançando para a aquisição de três submarinos de ataque da classe Scorpene.

O acordo, avaliado supostamente em mais de 2 bilhões de dólares, está sendo negociado entre o governo argentino e a empresa de defesa francesa Naval Group.

O avanço das conversações coincide com a visita oficial do ministro da Defesa argentino, Luis Petri, a Paris, durante a qual foram realizadas importantes conversações para concretizar o possível acordo.

Segundo várias fontes, as duas nações estão próximas de assinar uma Carta de Intenções que detalharia os termos para a aquisição dos submarinos, incluindo a prestação de serviços associados, como peças de reposição e treinamento.

Essa medida chega em um momento crítico para a Marinha Argentina, que se encontra sem submarinos operacionais desde a trágica perda do ARA San Juan em 2017. A falta de submarinos operacionais reduziu gravemente a capacidade da Marinha de controlar, vigiar e reconhecer áreas marítimas. Atualmente, a frota argentina é composta por dois submarinos não operacionais, o ARA Santa Cruz e o ARA Salta, este último usado principalmente para fins de treinamento na Base Naval de Mar del Plata.

Embora a assinatura de uma Carta de Intenções não vincule legalmente nenhuma das partes, estabelece um precedente positivo para o Naval Group, cujo submarino da classe Scorpene já foi adotado por outras marinhas regionais. O Chile atualmente opera dois submarinos Scorpene e o Brasil está em processo de incorporar sua terceira unidade, parte de uma frota planejada de quatro submarinos, sob a designação de classe Riachuelo.

Dados técnicos dos possíveis novos submarinos da Marinha Argentina

Esses submarinos têm um comprimento de aproximadamente 66,4 metros e uma largura de 6,2 metros. Seu deslocamento submerso é de cerca de 2.000 toneladas. Movidos por propulsão diesel-elétrica, os submarinos da classe Scorpène possuem quatro geradores diesel que carregam as baterias usadas para a operação submersa. Esses submarinos são capazes de atingir velocidades de até 20 nós quando submersos, com uma velocidade máxima de 12 nós na superfície.

A profundidade operacional de imersão é estimada em cerca de 300 metros. Cada submarino da classe Scorpène geralmente tem uma tripulação de entre 31 e 35 marinheiros, incluindo oficiais. Os submarinos estão equipados com seis tubos lançadores de torpedos de 533 mm, capazes de lançar torpedos, mísseis antinavio e colocar minas. Seus sistemas de armas incluem torpedos como o Black Shark ou o míssil antinavio Exocet, dependendo das preferências do cliente.

A autonomia desses submarinos pode chegar a 50 dias, e estima-se que seu alcance seja de cerca de 6.500 milhas náuticas a 8 nós na superfície. As versões avançadas da classe Scorpène podem incorporar sistemas de propulsão independente do ar (AIP), que melhoram a autonomia subaquática ao reduzir a necessidade de emergir para carregar as baterias.

Noel Budeguer

Noel Budeguer

Especialista em assuntos militares e geopolítica, trazendo análises profundas e notícias atualizadas sobre conflitos, estratégias e dinâmicas globais. Informação precisa e relevante para um público exigente.