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Guardião Cibernético: Exército vai liderar o maior Exercício de “ciberguerra” do Hemisfério Sul

por JB Reis Publicado em 11/10/2024
Guardião Cibernético: Exército vai liderar o maior Exercício de “ciberguerra” do Hemisfério Sul

Exercício Guardião Cibernético 6.0 (EGC 6.0), maior Exercício Cibernético do Hemisfério Sul, a ser realizado entre 14 e 18 de outubro de 2024, representa um marco estratégico na proteção das infraestruturas críticas do Brasil. Sob a coordenação do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), o evento reunirá representantes de setores prioritários em um esforço coordenado para enfrentar ameaças cibernéticas crescentes.

Este exercício ocorrerá simultaneamente na Escola Superior de Defesa, em Brasília, e no Comando da 2ª Divisão de Exército, em São Paulo, promovendo simulações construtivas e virtuais.

Essas simulações permitirão que Forças Armadas, órgãos parceiros e representantes de infraestruturas críticas, como água, energia e comunicações, trabalhem em conjunto para desenvolver soluções estratégicas e avaliar a capacidade de defesa contra ataques simulados, impedindo, assim, sério impacto social, ambiental, econômico, político, internacional ou à segurança do Estado e da sociedade.

FUNDAMENTAÇÃO E FINALIDADE DO EXERCÍCIO

As atividades do EGC 6.0 encontram-se previstas no Plano Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas, ampliando a capacidade operacional das Forças Armadas e promovendo a colaboração conjunta entre a administração pública federal, o setor privado, a academia e a sociedade em geral.

O exercício não apenas estabelece um precedente para futuras ações de defesa cibernética nacional, mas também destaca o compromisso do Exército Brasileiro em expandir colaborações interagências e integrar novas tecnologias para aprimorar as capacidades de defesa digital do Brasil.

A continuidade desse esforço conjunto promete um futuro em que a cibersegurança será uma prioridade nacional, com planos para novos exercícios e treinamentos que envolvam uma participação ainda mais ampla de setores estratégicos.

HISTÓRICO DO GUARDIÃO CIBERNÉTICO

Serão 140 organizações e representantes de mais de 30 países no exercício simulado. Além disso, o evento fortalece a colaboração internacional e aprimora as capacidades de defesa cibernética do país e de resposta a incidentes.

Desde sua primeira edição em 2018, o Exercício Guardião Cibernético tem crescido em importância e abrangência. Inicialmente focado em setores como o financeiro e nuclear, expandiu-se para incluir mais instituições e complexidade.

A edição de 2023, por exemplo, contou com mais de 700 participantes e 100 organizações, destacando a integração de esforços entre governo, setor privado e academia para aumentar a resiliência cibernética brasileira, e consequentemente diminuir suas vulnerabilidades.

A cada edição, o Exercício demonstra a crescente maturidade das instituições brasileiras para lidar com incidentes cibernéticos, reforçando a importância do trabalho colaborativo na proteção das infraestruturas críticas do país. 

JB Reis

JB Reis

Militar da reserva, articulista da Revista Sociedade Militar. https://linktr.ee/veteranistao