Você sabia que um dos clubes de futebol mais tradicionais do Brasil, o Fluminense, ajudou a combater o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial? Nesta segunda-feira, 7 de outubro, o Globo Esporte revelou detalhes surpreendentes sobre como o Tricolor arrecadou fundos para comprar um avião que foi doado à Força Expedicionária Brasileira (FEB), contribuindo diretamente para a luta contra os nazistas na Itália.

Em plena Segunda Guerra, com o Brasil pressionado a entrar no conflito, uma campanha nacional foi criada para fortalecer a infraestrutura militar do país. O Fluminense se envolveu ativamente nessa mobilização e mostrou que seu papel ia muito além dos campos de futebol. O que motivou um clube de futebol a participar de uma guerra mundial? A resposta está em uma série de ações que mostraram o comprometimento do clube com o esforço de guerra.

A história é impressionante: o clube, por meio de eventos e doações de seus sócios, conseguiu comprar um avião modelo Fairchild PT-19, que foi entregue à FEB, as tropas brasileiras que combateram as forças nazistas na Europa. E essa foi só a ponta do iceberg. O Tricolor ainda ofereceu suporte militar e treinamentos para os soldados que lutaram na Itália, numa atuação que vai muito além do que se poderia esperar de uma instituição esportiva.

O envolvimento do Fluminense na guerra

Em 1942, o Brasil já enfrentava os ataques de submarinos alemães que afundaram navios brasileiros. Nesse cenário, o governo de Getúlio Vargas lançou a Campanha Nacional de Aviação, uma iniciativa para arrecadar fundos e fortalecer a capacidade militar do país. Marcos Carneiro de Mendonça, então presidente do Fluminense, não perdeu tempo e convocou os sócios do clube a se engajarem na campanha.

Eventos esportivos foram organizados, incluindo competições hípicas e torneios universitários, para arrecadar dinheiro. O resultado? 155 mil cruzeiros foram arrecadados, valor que permitiu ao clube comprar um avião para a Força Expedicionária Brasileira.

A doação do avião e o apoio à FEB

O Fairchild PT-19 doado pelo Fluminense foi batizado de Coelho Netto, em homenagem ao escritor e patrono do clube. A aeronave foi entregue em uma cerimônia nas Laranjeiras, e o clube também disponibilizou suas instalações para treinamentos militares e cursos de enfermagem para preparar profissionais que atuariam no front de batalha.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB), formada por cerca de 25.000 soldados, lutou ao lado dos Aliados na campanha da Itália, entre 1944 e 1945. A contribuição do Fluminense, com o avião e os treinamentos, foi essencial para fortalecer as tropas que enfrentaram as forças nazistas em solo europeu.