Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Chile e Chipre reforçam coalizão dos EUA em acordos para exploração da Lua, enquanto China avança com coalizão própria

por Sérvulo Pimentel Publicado em 30/10/2024
Chile e Chipre reforçam coalizão dos EUA em acordos para exploração da Lua, enquanto China avança com coalizão própria

Na corrida pela Lua, os Estados Unidos garantiram mais dois aliados, Chile e Chipre, que assinaram os Acordos de Ártemis, elevando para 47 o número de signatários que apoiam o programa da NASA. Essa adesão ocorre em um contexto de competição acirrada, já que a China também está avançando em suas ambições lunares, planejando construir a Estação Internacional de Pesquisa Lunar na década de 2030.

A intenção de Pequim é clara: desafiar a liderança americana no espaço e estabelecer uma nova frente de influência global.

De acordo com Space.com, o administrador da NASA, Bill Nelson, celebrou a inclusão do Chile e Chipre, enfatizando o compromisso mútuo com a exploração pacífica do espaço. Já a ministra chilena de Ciência, Aisén Etcheverry, destacou o impacto positivo do programa para o desenvolvimento científico nacional, mencionando áreas como astrobiologia e geologia, nas quais o Chile já possui expertise.

Impressão artística de astronautas trabalhando na superfície da lua. Crédito da imagem: NASA

Em Chipre, o vice-ministro Nicodemos Damianou apontou a localização estratégica do país como um ativo valioso na colaboração internacional. “Chipre se posiciona entre três continentes, prontos para integrar a comunidade espacial”, afirmou Damianou.

Coalizões e a tensão com a China

A adesão ao bloco liderado pelos EUA não ocorre em um cenário isolado. A China, por sua vez, está formando sua própria coalizão de exploração lunar, inscrevendo países como Rússia, Bielorússia, Paquistão, Azerbaijão, Venezuela e África do Sul. Essa aliança representa um desafio direto à primazia americana e reforça a rivalidade crescente entre as potências.

Tanto a NASA quanto a Agência Espacial Chinesa promovem seus projetos como missões pacíficas e em prol do desenvolvimento científico. No entanto, a presença de aliados estratégicos em cada coalizão é um sinal claro de que a disputa pela Lua vai além da ciência: é uma corrida pela primazia na exploração espacial, dividida entre dois blocos de influência.

Se no século passado a corrida espacial era entre EUA e URSS, agora o palco da competição se move para a Lua, com novas e antigas alianças moldando o futuro da exploração espacial.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel