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Após treta de Múcio com governo no caso da compra de obuseiros de Israel, Brasil condena invasão de base da missão de paz na ONU no Líbano feita por forças israelenses

por Campos Publicado em 15/10/2024
Após treta de Múcio com governo no caso da compra de obuseiros de Israel, Brasil condena invasão de base da missão de paz na ONU no Líbano feita por forças israelenses

O Brasil condenou veementemente a invasão feita neste domingo, 13 de outubro, da base da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Líbano feita pelas forças armadas de Israel.

Na ocasião, 2 tanques destruíram o portão principal e invadiram a base, ferindo 5 integrantes da missão de paz.

Em nota divulgada em seu portal oficial, o governo brasileiro afirmou que “ataques deliberados contra integrantes de missões de manutenção da paz e instalações da ONU são absolutamente inaceitáveis e constituem grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

“O governo brasileiro também deplora manifestação do governo israelense, na qual apela pela retirada da UNIFIL do sul do Líbano. A missão de paz foi estabelecida em 1978 pelo Conselho de Segurança e atua desde então na manutenção da paz e da segurança no sul do Líbano. A missão apoia o governo do Líbano na restauração de sua autoridade na área; facilita o retorno de civis deslocados; presta assistência humanitária; e busca garantir que a área não seja usada por grupos armados”.

Por fim, o governo brasileiro reiterou a necessidade urgente de “cessação das hostilidades”. 

Fala de Múcio sobre questões ideológicas no caso da compra de obuseiros de ISrael

Recentemente, o governo protagonizou uma treta envolvendo Israel. Em discurso durante evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) no dia 8 de outubro, o ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou que a diplomacia do governo tem atrapalhado negociações das Forças Armadas. Múcio se referia à licitação do Exército vencida pela empresa Elbit Systems, de Israel, para a compra de 36 obuseiros.

Apesar do resultado ter sido anunciado em abril, o presidente Lula decidiu suspender a assinatura do contrato como forma de pressão a Israel, que segue avançando contra países do Oriente Médio como Líbano e Síria. 

“A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar”.

Segundo integrantes do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha de São Paulo, a declaração de Múcio gerou constrangimento no governo. Entretanto, Lula teria conversado por telefone no dia 10 com Múcio e o tom teria sido amigável. Essa também não é a primeira vez que Múcio critica o governo. Em setembro, em entrevista à própria Folha de São Paulo, o ministro afirmou que as pessoas contra a compra têm motivações políticas e ideológicas. “Eu estou defendendo o Exército e que a gente tenha oportunidade de dotar o Exército Brasileiro de equipamentos mais modernos”.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.