Alerta diplomático: Brasil se recusa a tomar partido na guerra e irrita Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a posição neutra do Brasil no conflito entre Rússia e Ucrânia. As falas de Lula geraram forte reação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Durante cerimônia de formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco, Lula declarou que “o Brasil não pode participar da guerra” e defendeu a importância estratégica do país no cenário mundial.
Iniciativa de paz conjunta com a China
Em maio de 2024, Brasil e China apresentaram um plano de paz composto por seis pontos fundamentais. O plano propõe que ambos os lados evitem “escalada de hostilidades” e “provocações”. Além disso, o plano inclui propostas para uma conferência internacional de paz, aumento da assistência humanitária, prevenção de crises nucleares e proteção da estabilidade das cadeias globais de suprimentos.
O presidente Zelensky criticou duramente a proposta sino-brasileira, classificando-a como “destrutiva“. Em declaração contundente, o líder ucraniano afirmou: “Ou você apoia a guerra, ou não apoia a guerra. Se você não apoia, então nos ajude a parar a Rússia”. A tensão aumentou quando representantes brasileiros presentes na cúpula de paz na Suíça se recusaram a assinar o comunicado resultante.
Posicionamento estratégico brasileiro
Lula destacou a importância do Brasil no cenário mundial, enfatizando que esta relevância vai além dos aspectos comerciais: “O Brasil nunca foi tão importante no mundo como agora. Não é só por causa do negócio agrícola, não é só por causa do minério de ferro, não é só por causa da soja ou da carne. É porque o Brasil é um país imbatível quando se trata de energia”.
O início da invasão russa ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro, em fevereiro de 2022. Lula assumiu o cargo em janeiro de 2023, quando o conflito já completava quase um ano. Vale ressaltar que em seu mandato anterior (2003-2011), Lula governou o Brasil antes da anexação da Crimeia pela Rússia e do início da ocupação parcial das regiões de Donetsk e Luhansk.
As negociações diretas entre Ucrânia e Rússia estão paralisadas desde o início de 2022.