2.500 homens armados contra o crime: o cerco brutal que está sufocando El Salvador

Em El Salvador, em uma demonstração de força sem precedentes, mais de 2.000 soldados e 500 policiais cercaram o bairro populoso de San Marcos, nos arredores de San Salvador. A operação, anunciada pelo presidente Nayib Bukele através das redes sociais, visa “extrair até o último membro de gangue da área”, de acordo com declaração presidencial divulgada pela Associated Press.
Estratégia militar e contenção
De acordo com o Ministro da Defesa, René Francis Merino Monroy, a polícia estabeleceu um cerco militar ao redor do bairro. Os policiais implementaram postos de controle estratégicos. Esta é a terceira operação do tipo em San Salvador, seguindo um padrão de cercos anteriores que visavam desmantelar facções como a Barrio 18, demonstrando uma escalada nas táticas de contenção.
Imagens divulgadas pelo governo mostram soldados fortemente armados patrulhando as ruas e verificando documentos de identidade dos moradores. De acordo com o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, a operação visa “continuar destruindo a economia criminosa”.
Controvérsias e críticas aos direitos humanos
O estado de emergência, em vigor desde março de 2022, já resultou na detenção de aproximadamente 83.000 supostos membros de gangues. Grupos de direitos humanos têm expressado preocupação com as condições das prisões. Além disso, alegam que muitos dos detidos são inocentes ou possuem apenas laços superficiais com as gangues, conforme reportado pela AFP.
Apesar das críticas, as medidas implementadas por Bukele resultaram em uma queda significativa nos homicídios, conquistando amplo apoio popular. As gangues Barrio 18 e MS-13, que historicamente controlavam grandes áreas do país através de extorsão e violência, sofreram duros golpes durante esta campanha de repressão.