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China propõe nova ordem mundial baseada nos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica e cita Brasil em resolução de conflito; conheça os princípios chineses

por Sérvulo Pimentel Publicado em 03/09/2024
China propõe nova ordem mundial baseada nos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica e cita Brasil em resolução de conflito; conheça os princípios chineses

O Cônsul-Geral da República Popular da China em Brisbane apresentou, na última quinta-feira (29), um artigo no South China Morning Post defendendo a construção de um sistema de governança global mais justo e equitativo, baseado nos princípios chineses.

O diplomata destacou o papel de seu país na promoção da paz mundial, enfatizando o histórico da China em questões de segurança e sua atuação em conflitos internacionais, como Israel-Palestina e Ucrânia. A base dessas ações está nos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica, defendidos há 70 anos pela China.

Propostas para a paz mundial

A China, segundo o cônsul, propõe uma reforma do sistema de governança global que reflita seus princípios de respeito mútuo, não agressão e não interferência nos assuntos internos dos países., ou seja, uma nova ordem mundial baseada no diálogo, no respeito mútuo e na cooperação. Os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica, que norteiam a política externa chinesa há décadas, seriam a base dessa nova visão.

Em defesa da China, o cônsul alega que o país tem se destacado por sua atuação imparcial em conflitos. Como exemplos, citou a mediação no conflito entre Israel e Palestina, com a proposta de criação de um Estado Palestino independente, e a iniciativa conjunta com o Brasil para buscar uma solução pacífica para a crise na Ucrânia.

Atuação em conflitos internacionais

O diplomata chinês lembrou que seu país é o maior contribuinte de tropas para as missões de paz da ONU e que a China sempre defendeu a resolução pacífica de conflitos. Lembrou, por exemplo, que a China foi fundamental na assinatura da Declaração de Pequim por 14 facções palestinas, em busca pela paz no Oriente Médio.

A China, segundo ele, defende que a questão palestina é a chave para a paz na região e que a criação de um Estado Palestino independente é essencial para garantir a segurança e a prosperidade de todos os povos envolvidos.

Além disso, o diplomata afirmou que a China é o maior contribuinte de pessoal de manutenção da paz entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o que reforça seu compromisso com a estabilidade global.

Princípios chineses na governança global

Todas essas ações da China são baseadas nos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica. Mas o que e quais seriam esses princípios?

Os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica são um conjunto de diretrizes formuladas pela China para orientar as relações internacionais de maneira pacífica e respeitosa entre os países.

  1. Respeito mútuo pela integridade territorial e soberania: Cada país deve respeitar a soberania e a integridade territorial dos outros.
  2. Não agressão mútua: Os países devem abster-se de atos de agressão uns contra os outros.
  3. Não interferência nos assuntos internos: Cada nação deve evitar interferir nos assuntos internos de outras nações.
  4. Igualdade e benefício mútuo: As relações entre os países devem ser baseadas na igualdade e no benefício mútuo.
  5. Coexistência pacífica: Os países devem buscar coexistir pacificamente, resolvendo disputas de maneira amigável.

O Cônsul-Geral destacou que esses princípios são a pedra angular da política externa chinesa e devem guiar a reforma do sistema de governança global para um mundo mais justo e pacífico.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel