A tentativa de usar um robô extensível para remover um fragmento de combustível derretido do reator danificado da usina nuclear Fukushima Daiichi, atingida por um tsunami em 2011, foi suspensa nesta quinta-feira (22) devido a um problema técnico. A operação, que seria um marco importante na fase de remoção dos destroços radioativos, foi interrompida após um erro na montagem dos tubos necessários para manobrar o robô, informou a Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), operadora da planta.

O erro foi detectado quando os trabalhadores perceberam que cinco tubos de 1,5 metro, usados para guiar o robô dentro e fora do vaso de contenção primária do reator 2, estavam na ordem incorreta. Corrigir o problema dentro do limite de tempo permitido para exposição à radiação não foi possível, resultando na suspensão do trabalho. O robô, que pode se estender até 22 metros, deveria coletar um fragmento da superfície do combustível derretido com uma pinça na ponta.

A missão, originalmente planejada para durar duas semanas, tinha como objetivo trazer de volta menos de 3 gramas do combustível altamente radioativo. Este pequeno fragmento seria crucial para o desenvolvimento de tecnologias e métodos futuros para o descomissionamento completo da usina, que ainda possui cerca de 880 toneladas de combustível derretido em seu interior.

O porta-voz da TEPCO, Kenichi Takahara, classificou o erro na instalação dos tubos como uma “falha básica” e afirmou que uma investigação está em andamento. A operação será retomada apenas após a identificação da causa e a implementação de medidas preventivas para evitar a repetição do problema. O presidente da TEPCO, Tomoaki Kobayakawa, ressaltou que a prioridade é a segurança, não a pressa.

Apesar de críticas sobre a viabilidade do plano de descomissionamento, o governo japonês e a TEPCO mantêm a meta de concluir o processo em 30 a 40 anos. No entanto, ainda não há planos concretos para a remoção completa do combustível derretido ou seu armazenamento.

Com informações de Fox News